Declarações de Rui Borges, treinador do Sporting, após o empate 1-1 na receção ao Braga
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Muda alguma coisa este resultado? "Não muda, não queríamos, não estávamos à espera, fizemos por alguns momentos mudar o jogo para 2-0 e fomos penalizados. Entrámos bem, o Braga equilibrou no final do primeiro tempo, onde caímos um pouco fisicamente. Na segunda parte, entrámos mal, muito apáticos, muito reativos e pouco proativos, só reagimos depois das coisas aconteceram. Fomos equilibrando, o jogo estava equilibrado até ao golo, surge num momento em que o jogo está controlado. Tivemos várias situações para marcar o 2-0 e acabamos por ser penalizados num lance a acabar e aí o tempo já estava curto."
Debast saiu por lesão? "O Debast saiu porque estava de rastos. Ainda tentamos aguentá-lo, mas não dava mais."
Harder por que razão entrou tão tarde? "Foi opção, estávamos a ganhar 1-0 e o jogo estava controlado. O Harder é um avançado, temos o Gyokeres, quando entra joga numa posição que nao é dele. Precisávamos de jogadores para controlar o jogo, o Harder é mais de transição e mais de força, naquele momento não era isso que desejávamos. Precisávamos de gente para pautar o jogo, mais posse e mais equilibrado, apenas isso."
Este resultado obriga o Sporting a ganhar na Luz? "Claro que não é igual estar em primeiro ou em segundo para aquilo que são os nossos objetivos, bem como em termos mentais. Não muda em nada aquilo que tem sido o nosso crer. Para sermos campeões, tínhamos de ganhar todos os jogos até ao fim. Não conseguimos ganhar este, a margem de erro diminui, mas continuamos a depender de nós. Existe um dérbi fora de casa, muito díficil, mas não belisca em nada o nosso pensamento do que tem sido o nosso pensamento e o nosso foco."
Adeptos dizem que o Sporting não tem estofo para recuperar a desvantagem. Qual a sua opinião? "É natural, sei bem o que é o meu trabalho, o meu lugar e a crítica existe. Sei bem qual a exigência, não muda o meu trabalho nem forma de ser. Estamos tão frustrados ou mais do que nós, queríamos muito ganhar, não conseguimos. Agora, esta equipa claramente tem estofo para ser campeã. Se não tivesse, não tínhamos estado em primeiro até agora. Por tudo o que tem acontecido e não me vou queixar com isso, não modifica em nada a nossa caminhada. Os treinadores, uns metiam um, metiam outros. A crítica faz parte e vivo bem com ela."
Como tentou desbloquear o Braga? "Os primeiros 30 minutos estivemos bem, perceber os espaços que tínhamos de preencher. Sabíamos bem onde buscar os espaços e para encaixar e entrar no último terço. Mas quando começamos a sentir dificuldades a nível físico, deixámos o Braga ser mais pressionante. Começámos a ganhar bolas e a tomar mais decisões, perdemos bolas muito rápido, tinha muito a ver com o cansaço físico e mental naquela fase do jogo. Naquilo que era estratégia, estivemos na maior parte das vezes bem. Taticamente a equipa teve bem, as dificuldades tem a ver da diferença de ter Morita e Pote, dão bola e clareza com bola, gerem tempos de jogo e momentos de jogo. Refrescámos com Eduardo, mas não tem essa capacidade. O Debast também não é um jogador para perceber os momentos de jogo e quebrar. A dificuldade é não termos esses médios tão claros com bola. Não são os treinadores que prendem os médios, são os jogadores que os prendem em determinados momentos. Por isso, é que acredito que estes jogadores têm estofo para ser campeões, por tudo aquilo que tem acontecido."