José Bento, presidente da Comissão de Auditoria da Liga destaca que a principal meta é garantir maior equidade e que os clubes cumpram todos os critérios para se poderem inscrever nas provas
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José Bento destaca o trabalho exemplar dos clubes e a importância do organismo para uma maior transparência nas competições.
Esta temporada, na altura das inscrições, nenhum clube impugnou qualquer decisão da Liga. Todos cumpriram os cinco critérios fundamentais para poderem disputar o campeonato.
Em que consiste a Comissão de Auditoria da Liga?
-A Comissão de Auditoria da Liga é um órgão independente que tem uma regulação, por intermédio da Portaria 50/2013. Esta portaria tem, de alguma forma, uma dependência da tutela, mas trabalha muito próximo da Liga. É uma comissão que, para além de ser independente, tem um conjunto de cinco elementos que são nomeados por entidades distintas. Desde logo a Liga, a Federação Portuguesa de Futebol, o Sindicato dos Jogadores e a Associação de Treinadores. O que se pretende é que exista uma reunião de conhecimento técnico para que, de forma independente e isenta, possam ser avaliados os pressupostos que estão definidos para que os clubes possam inscrever-se nas competições nacionais.
E como funciona?
-Existem cronogramas de inscrição, independentemente do acompanhamento que vai sendo feito ao longo do ano. Há um período para serem analisadas as candidaturas e a legibilidade destes clubes para participarem nestas competições. Que se submetem a critérios que estão completamente definidos nestes pressupostos e que respeitam a equidade e a transparência das competições.
Ao longo dos últimos anos, os tribunais têm dado razão às decisões da Comissão de Auditoria nos vários recursos interpostos por alguns clubes
Quais são os critérios?
-Prendem-se com critérios desportivos, de infraestruturas, legais e fiscais. O que se pretende é fazer com que exista equidade e transparência. Estes critérios são muito objetivos. Portanto, eles estão feitos, têm tido alguma consistência e oferecem-nos uma estabilidade muito grande como, por exemplo, a transparência das dívidas fiscais, quer ao fisco, quer à Segurança Social. Também a não existência de dívidas a jogadores e entre clubes. O objetivo principal é que, ao entrar numa competição, todos estejam em pé de igualdade. Não seria justo que um clube que apresentasse dívidas a outro clube pudesse competir de igual forma. É isto que se procura no início de cada época, verificar se os clubes cumprem. Interessa também para a transparência das competições que não existam posições dominantes e, portanto, também do ponto de vista de estrutura societária da própria constituição destas SAD e dos clubes, garantirmos que quem tenha mais do que 10 por cento de participação não possa ter uma posição dominante porque também não traria transparência às competições.
E se o clube não cumprir?
-Não se pode inscrever nas competições nacionais. Pode haver dúvidas e os clubes podem consultar todos os processos. Esta época não houve nenhuma contestação ou impugnação, Diria que ela foi perfeita e deve-se muito a este trabalho histórico que tem sido feito.
"Boavista cumpriu os critérios"
O Boavista é o único clube da Liga com sanções - está proibido de inscrever jogadores - e José Bento garante que o clube axadrezado cumpriu todos os critérios de inscrição.
“O Boavista cumpriu os critérios de elegibilidade como todos os clubes nesta época desportiva cumpriram. Os critérios de elegibilidade dos jogadores extravasam os pressupostos, da mesma maneira que acontece com os treinadores ou com qualquer outro profissional que tem de cumprir critérios. Dando um exemplo pragmático, se um treinador não tiver a carteira para ser treinador, naturalmente não pode inscrever-se”, afirmou.