"O objetivo no início de época era a permanência, mas a subida passa-nos pela cabeça"
Bruno Almeida assume que o objetivo inicial do Atlético era a permanência na Liga 3, mas agora já todos acreditam noutros voos
Corpo do artigo
O Atlético conseguiu no último fim de semana a primeira vitória na fase de subida da Liga 3. O conjunto da Tapadinha goleou por 4-0 na receção ao Fafe, resultado que começou a ser construído por Bruno Almeida. O central, 24 anos, inaugurou o marcador e deu “tranquilidade à equipa para construir a vitória”, como assumiu em entrevista a O JOGO.
Depois de dois empates e uma derrota, a formação da Tapadinha conseguiu na última jornada a primeira vitória na segunda fase da Liga 3, resultado que a deixa a dois pontos dos lugares de promoção.
A cumprir a segunda época em Alcântara, o defesa lembra o trajeto positivo que está a ser feito pelo clube, contando que no início o objetivo definido era a permanência no terceiro escalão. Contudo, depois da brilhante primeira fase em que terminaram em primeiro lugar na Série B e garantiram a etapa decisiva da prova, já não há como não sonhar com a subida à II Liga.
O Atlético venceu na semana passada o Fafe (4-0), naquele que foi o primeiro triunfo na fase de subida. Qual foi a importância deste resultado para os objetivos do clube?
-Foi muito importante, ainda mais na nossa casa e perante os nossos adeptos. Vai dar-nos energia para os jogos que se aproximam. Sabemos que não iniciamos a segunda fase da melhor forma, mas continuámos com uma mentalidade positiva e ganhadora de lutar pelos três pontos em todos os jogos.
Depois desta vitória a equipa ficou a dois pontos dos lugares de promoção. É vossa ambição terminar nesses lugares e subir de divisão?
-O objetivo no início de época era a permanência, mas, chegados a esta fase, a subida passa-nos sempre pela cabeça. Mas estamos focados jogo a jogo.
E do lado dos adeptos, sentem também que o sonho da subida está bem presente?
-Desde que nos qualificamos para esta fase, é natural que as pessoas que gostam do Atlético sonhem com a subida. É bom sentir o apoio deles, passam-nos confiança e manifestam também esse desejo de estar na II Liga. Vão ajudar-nos a cumprir os nossos objetivos.
Mencionou que inicialmente o objetivo do Atlético era a permanência. Considera que, independentemente do que aconteça até final, será sempre uma época positiva?
-Sim, claro. O principal objetivo do Atlético era a permanência na Liga 3. Isso foi assegurado quando nos qualificamos para a fase seguinte, mas agora temos de dar um pouco mais e lutar pela subida.
Fizeram uma boa primeira fase, tendo sido o primeiro clube a conseguir a passagem para a etapa de subida. Qual foi o segredo para esses bons resultados?
-Essencialmente a união. Havia muitos jogadores novos e desde o primeiro dia nos focamos no tal objetivo inicial. Puxamos uns pelos outros, mesmo aqueles que não jogam tanto. E quando decidimos que é para dar mais, é mesmo para dar mais. Agora acreditamos que com mais um pouco de esforço vamos alcançar outra meta. O que está na cabeça de toda a gente é a subida.
Já fez 21 jogos e apontou dois golos. Sente que a época está a correr dentro as suas expectativas?
-Claro, sinto que estou a fazer uma boa temporada e a crescer juntamente com a equipa. Cada dia me sinto mais confiante e um jogador mais completo, fazendo cortes e anulando lances perigosos. Já contribuí com dois golos e uma assistência. Até ao final do campeonato espero contribuir ainda mais para o sucesso da equipa.
Como tem sido trabalhar com o treinador Nikola Popovic?
-Tem sido muito bom e desafiador. O treinador trouxe ideias novas e que encaixavam muito bem no estilo da equipa. Achei desde o início que tínhamos tudo para fazer uma excelente temporada, como temos feito até agora.
É muito difícil manter a baliza a zeros na Liga 3?
-Sim, a Liga 3 é muito competitiva e é muito difícil para uma linha defensiva terminar um jogo sem sofrer golos. Quando isso acontece é como uma vitória ou como um golo extra para nós. É fruto de muito trabalho, porque há muitos avançados de qualidade nesta divisão.
Qual o avançado mais difícil de marcar?
-O Rodrigo Pereira [Belenenses]. É um jogador muito móvel, não desiste dos lances e está sempre no caminho da bola, o que torna o trabalho de um defesa mais complicado.
Jogadores mais velhos ajudam o admirador de Sergio Ramos
Bruno Almeida marcou na goleada imposta pelo Atlético ao Fafe, naquela que foi a sua segunda finalização esta temporada. “Sinto que sou um central com faro de golo, gosto de correr para os lances e eventualmente decidir numa bola parada”, explica o defesa, revelando a O JOGO quem tem como referência na posição: “É o Sergio Ramos. É um jogador raçudo, com muito faro de golo e também um líder, via sempre os jogos dele. Gostava de um dia marcar um golo que decidisse títulos, como ele fez várias vezes”, conta. Com 24 anos, Bruno Almeida é um dos mais jovens do plantel e não tem dúvidas que tem aprendido com os colegas mais experientes. “Têm-me ajudado a evoluir. E os jogadores da minha posição também me incentivam a trabalhar mais”, enaltece o jogador nascido em Lisboa.