Paulo Noga, diretor do scouting da formação leonina, revelou a O JOGO que a aposta em jovens na equipa principal tem sido excelente publicidade.
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Contratado ao abrigo da reformulação dos quadros humanos colocada em marcha na Academia, Paulo Noga recebeu de Frederico Varandas a pasta de diretor de estratégia, avaliação e recrutamento da formação, cargo "pomposo" que reflete a amplitude da nova abordagem pensada pelo clube para área do scouting.
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Assumiu este cargo em agosto. Quais foram as principais mudanças implementadas?
-Eu não lhes gosto de chamar mudanças, mas sim "upgrades". Isto porque o Sporting é uma estrutura que, ao nível do recrutamento, sempre foi líder. Foram construídas algumas ferramentas de melhoria e estratégias que se adaptam ao novo posicionamento do mercado, mas o fundamental já estava cá. O que se exige a um clube como o Sporting é uma maior aposta na formação dos recursos humanos e um posicionamento a nível internacional.
Reclama louros da aposta recente de jovens na equipa principal?
-É um espelho da filosofia do clube e da administração e que, depois, emana para toda a estrutura. Historicamente, o Sporting é um clube de talento, de relação e de meninos completamente diferenciados. O que está a acontecer é um trabalho árduo, assumido numa estratégia de clube. A valorização deste trabalho não se vê só na parte financeira, mas também no impacto a nível internacional. O número de jovens interessados em trabalhar connosco disparou à conta da aposta porque acreditam neste processo e percebem que o Sporting procura, dá espaço e tem ferramentas para valorizar esse talento.
"Gosto de dizer que não fizemos mudanças, mas sim "upgrades". Isto porque o Sporting, ao nível da estrutura de recrutamento, sempre foi líder"
Há alguma zona do globo onde considera que há "pepitas de ouro" a brotarem do solo?
- Temos feito um mapeamento de países e competições prioritários. O desafio num mercado inflacionado é encontrar o jogador que, dentro do processo, podemos ajudar a chegar ao alto rendimento. Quando contratamos um jovem projetamo-lo imediatamente para o patamar a seguir. Não recrutamos ninguém para solucionar problemas momentâneos, mas sim para ajudá-lo a desenvolver-se e tornar-se muito melhor ao nível desportivo e social do que encontrámos.
Passou pelas academias do FC Porto, do Shandong Luneng e do PSG. Que bagagem trouxe dessas realidades para aplicar em Alcochete?
-No exterior conseguimos perceber claramente o que é que as pequenas coisas conseguem mudar. O impacto de pequenas ideias, de sermos competitivos e organizados. Isso permitiu-me trazer para o Sporting a filosofia do fazer muito com pouco e de perceber que só há o caminho da excelência. O grande desafio é nunca imitar. Temos de perceber o que vale a pena ou não implementar. As passagens pela China e por Paris acrescentaram-me muito conhecimento que me permite ajudar o Sporting.