Declarações de Nélson Oliveira em entrevista ao DEZANOVE22, podcast oficial do V. Guimarães
Corpo do artigo
Desejo de jogar no V. Guimarães: “O Vitória surge na minha carreira de uma forma… eu não sou do Vitória desde pequenino, mas sou do Norte e sou de perto. Tenho muitos amigos do Vitória. Há pessoas de Famalicão, onde vivo, que é do Vitória. Sempre achei que era um clube bonito pela mística e pela paixão dos adeptos. Apesar de ter passado pela formação do Braga, sempre disse, entre amigos, que gostava de jogar no Vitória e ter esse privilégio quando regressasse a Portugal. Não estava feliz na Turquia. Foi uma má experiência. Quando assinei o contrato na Turquia, senti logo que estava a assinar uma coisa que não era para mim. As pessoas não são todas iguais e eu sempre comentei com a minha esposa que não queria jogar na Turquia. Foi um período complicado. No verão tive uma lesão chata e acabei por ir para lá. Passei por um período difícil. Depois, em janeiro, já queria sair da Turquia e estava a ver o jogo do Vitória com o Braga. O João Mendes fez aquele golo. Estava a ver o jogo e mandei uma mensagem ao meu empresário a dizer que se o Vitória estivesse interessado em mim e quisesse um avançado, não me importava de perder dinheiro porque eu gostava de jogar no Vitória. Sou sincero, partiu de mim. Não foi do empresário. Estava a ver aquele jogo e estava a ver-me a jogar ali, a imaginar-me a jogar ali. Ele falou com quem tinha de falar e o interesse foi mútuo”
Arranque positivo do Vitória: “Estamos a jogar bem e numa boa fase agora, mas não começamos ontem. Começamos em junho a trabalhar. O Vitória realmente acreditou em mim num momento em que eu não estava tão bem. Sinto que tenho essa dívida, entre aspas, com o clube. Não é uma dívida, na verdade. Sempre dei tudo de mim por onde passei, mas sinto-me grato ao Vitória por ter vindo aqui parar. Além disso, tive sorte com o grupo que apanhei. Apanhei um grupo espetacular e que gosta de brincar. É um grupo unido”
Rejuvenescido aos 33 anos: “Se calhar estava mesmo para restauro quando vim como escreveram. Não pela idade. Era mesmo pela forma como eu estava. Não cheguei aqui na minha melhor versão. Sabia que, mesmo não vindo na melhor versão, poderia ajudar. Mesmo no último ano, apesar de não estar tão bem fisicamente como este ano, houve jogos em que consegui dar o meu contributo. Não tanto quanto gostaria. Voltei numa fase em que estava a precisar de carinho, de ritmo. O ritmo sabia que não ia ganhar a meio da época. É no início, a verdade é essa. Podes ficar a treinar de manhã à noite, mas apanhar o comboio no início é que te vai preparar para uma época melhor”
Melhor grupo que teve na carreira: “Foi importante vir para um grupo assim. Eu vinha num período em que precisava de carinho. Não é de carinho, tenho 30 e tal anos, mas precisava de chegar a um grupo e sentir alegria, camaradagem, bom ambiente e que não é cada um por si em que treinas e vai cada um à sua vida. Cheguei a um grupo assim. O pessoal tem prazer em ir para ali e brincar uns com os outros. Foi muito importante para mim. Um mês depois de chegar ao Vitória disse logo que era um grupo top. Dois dias depois sentia que estava em casa. Senti-me mesmo bem. É o melhor grupo que encontrei. Posso falar porque já passei por várias experiências. Há um misto entre juventude e experiência como o Varela e Tiago que já estão há mais tempo no clube. Há uma simbiose porreira.
Continuem esta onda. Sinto que estamos num momento porreiro e que as pessoas estão a acreditar em nós e no nosso trabalho. Sempre senti uma ligação forte, mas neste momento sinto que a ligação entre adeptos e equipa está mais forte. Gostava que isto continuasse. O Vitória já é diferenciado e acho que pode ser ainda melhor com esta união".