"Não é por ser mais ou menos conhecido que os benfiquistas devem escolher nestas eleições"
ENTREVISTA, PARTE II - Afirmando não necessitar "de publicidade" e que não será escolhido "por ser mais ou menos conhecido", Francisco Benitez lembra 2020/21 - em que o Benfica também começou bem a época - para pedir uma mudança
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Ambicioso, aponta à vitória nas eleições, mas diz que se perder será "vigilante".
Com "ideias novas e gente de créditos firmados na sociedade civil", quer dar "novo rumo" ao clube
Porquê votar em Francisco Benitez e não na Lista A?
-Há duas linhas diferentes, uma da continuidade, do que tem sido feito, de pentas não ganhos, muitos processos judiciais, operações não explicadas aos sócios, e com a democracia e a transparência a serem metidas claramente na gaveta. Depois temos a nossa linha, de um novo rumo. De gente com ideias novas, créditos firmados na sociedade civil, com uma forte experiência e que quer trazê-la para o Benfica. O negócio do futebol pós-pandemia vai precisar de novas ideias para encarar os problemas e não de gente que lá está há 20 anos. Gente cansada e com vícios muito dificilmente vai conseguir olhar para novos problemas sem utilizar as mesmas soluções.
Já é suficientemente conhecido para poder ganhar estas eleições?
-Não é algo que me preocupa, não preciso de publicidade. Não é por ser mais ou menos conhecido que os benfiquistas devem escolher nestas eleições. Não procuramos um símbolo ou alguém muito conhecido para o Benfica. Procuramos uma equipa de gestores capaz de ajudar o Benfica.
Acredita que vai ganhar?
-Acredito. Um benfiquista entra sempre para ganhar. Quando era jogador do Benfica entrei sempre para ganhar. E vou deixar tudo em campo, como exijo aos nossos jogadores. A minha consciência fica tranquila porque vou dar tudo o que tenho neste sprint infernal para levar a nossa mensagem aos benfiquistas. Eles no final decidem.
Eleitoralmente, a derrota de domingo é boa para si?
-Primeiro sou benfiquista, qualquer derrota do Benfica é má para mim. Agora, a derrota veio mostrar que os resultados nada têm a ver com as eleições. E os benfiquistas devem saber fazer esta diferenciação. Todos queremos que a bola entre. Já no ano passado cometemos esse erro. As coisas estavam a correr bem no campo e já passámos um cheque em branco a quem se veio a revelar que não merecia.
Caso não seja eleito irá continuar vigilante ou afastar-se-á?
-Sempre. Há dez anos que estou sempre presente, quero fazer do Benfica ainda maior. Irei utilizar toda a minha legitimidade enquanto sócio para dizer o que está mal, dar soluções e ideias para fazer ainda melhor e elogiar o que estiver bem. Continuarei vigilante, atento e interventivo, de uma forma construtiva.
A união que pede Rui Costa não o impedirá de apontar erros?
-A união nunca se pede, conquista-se. Ele é que tem de a conquistar, mudando o rumo do que tem feito até hoje, dando mais transparência, democracia e tornando a ambição desportiva muito mais consistente. Pedir sem construir não se consegue.
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Aberto a reunião com Textor
Com uma posição diferente da Lista A, assume, contudo, alguma estranheza pela forma como o empresário atuou
John Textor suspendeu até ao final do ano a compra de até 25 por cento das ações garantidas por José António dos Santos, depois de o Benfica ter-se mostrado contra a sua entrada na SAD, recusando até uma reunião com o empresário norte-americano. Francisco Benitez assume que "faria de forma diferente e teria ouvido John Textor". "Não sei o projeto que tem e o que quer fazer. Admito todas as reuniões. Sou apologista de ouvir toda a gente", declara, confessando "dúvidas, porém, pela razão de só pretender comprar aquelas ações e não as de todos os benfiquistas", apontando também alguma estranheza pela sua investida no Benfica, que "tão cedo não vai libertar dividendos e sem ter uma palavra na gestão". "Se me dizem que é uma questão de ações, então quer fazer especulação com o Benfica, e aí não estou de acordo", atira.
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Não compra as ações de Vieira
Luís Filipe Vieira informou o Benfica sobre a existência de uma proposta para a aquisição das suas ações por 7,8 euros por cada título, num negócio que lhe renderia praticamente 5,9 milhões de euros, mas Francisco Benitez (na foto) defende que o clube deve abster-se de exercer a opção de compra. "O Benfica não tem necessidade de comprar mais ações. Tem a maioria e a gestão do clube, há muita coisa no Benfica onde esse dinheiro faz falta e onde temos de rapidamente atuar. Luís Filipe Vieira pode vender a quem quiser, a maioria está sempre com o clube", considera.
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