Melhor marcadora do futebol português é militar e está a ajuda no combate à Covid-19
Como militar numa unidade do Exército, Mafalda Marujo, que representa o Amora, da II divisão feminina, tem prestado apoio à população no período do estado de emergência
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Jogadora que mais golos apontou no futebol português esta temporada (65, 46 deles na segunda divisão feminina, 11 na Taça de Portugal e oito na Taça da Associação de Futebol de Setúbal), Mafalda Marujo, de 28 anos, mudou completamente de rotina com o país em estado de emergência.
Antes, segundo contou ao site da FPF, a vida da avançada do Amora e militar do exército passava por "sair de casa bem cedo, ter formatura às 8h30, trabalhar no quartel (na subsecção financeira) até ao almoço, fazer nova formatura às 14h00, trabalhar de novo e sair ao final da tarde". Agora, pode "regressar a casa às nove da manhã", pois tem dividido o trabalho entre o quartel em Queluz e as missões externas de apoio à população.
"Um dos nossos trabalhos mais recentes foi a distribuição de alimentos por pessoas em situação de sem-abrigo, a pedido da Câmara Municipal de Lisboa e da Santa Casa de Misericórdia. Distribuímos 500 refeições quentes a 200 sem-abrigo, em dois pontos de Lisboa. (...) Estive há poucos dias a montar tendas junto ao Hospital Prisão de Caxias. Mesmo ao lado da Cidade do Futebol, onde todos sonham jogar", relatou a atleta, que partilhou "alguma angústia" por ter a mãe em casa. "Tenho de ter mil cuidados", contou.
Destacando a ajuda que o desporto lhe deu para lidar com as adversidades, Mafalda tem seguido "um plano específico de treinos", confessando que gostaria que o campeonato regressasse. "Nunca fiz tantos golos como agora. O meu máximo anterior foi 30 golos na liga principal, pelo Futebol Benfica, em 2016/17, mas é óbvio que a saúde tem prioridade", concluiu.