Candidato reuniu-se ao longo de meses com especialistas para preparar dossiê, onde se apontam lacunas, nomeadamente na transição da formação para o principal patamar, para entregar ao diretor geral
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Na corrida pela presidência, Martim Mayer fez uma análise profunda à estrutura do futebol do Benfica, tendo-se nos últimos meses reunido com diversos especialistas, na área de treino, scouting e formação. O objetivo foi fazer um diagnóstico ao que está bem e, sobretudo, às lacunas, para preparar assim um dossiê que será entregue ao diretor geral, cuja escolha do candidato recaiu em Andries Jonker.
No documento elaborado, os especialistas dão conta da elevada capacidade da formação do Benfica, destacando os jogadores que chegaram ao topo no clube e que permitiram elevados encaixes financeiros, assim como as conquistas desportivas. No entanto, como aspeto negativo, foi concluído, por exemplo, que há um défice na formação de extremos e de jogadores com perfis exteriores - a maior capacidade é na promoção de centrais, médios e avançados interiores, provocando por isso uma dependência do mercado externo para atletas capazes de darem largura ao jogo.
Outro dos aspetos a melhorar é, aponta-se, a transição insuficiente para o nível profissional e numa escala abaixo do esperado, tendo em conta a valia do Benfica Campus. Além disso, a "venda precoce de talento valioso", como identifica o documento preparado, impede que os jovens formados no clube possam ter um impacto desportivo ainda maior, pois são vendidos até mais rapidamente do que a concorrência. O diagnóstico aponta ainda o excesso de compras sem que haja um alinhamento com o mapa de sucessão, ou seja, a existência de contratações que acabam por bloquear atletas trabalhados "em casa" cujo potencial é elevado.
Perante tudo isto, é defendida uma "integração estratégica do talento", aproveitando a academia encarnada para reforçar o plantel principal, com vista à maximização da performance desportiva do clube.
