Colombianos destacam percurso, desde o miúdo franzino que se destacou no meio de 800 até à aventura no FC Porto, já com mais "cabedal"
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As duas épocas em grande no FC Porto e o golo que marcou ao Peru na sexta-feira tornaram Luis Díaz num dos jogadores em maior destaque na Colômbia. O jornal "El Espectador" passou em revista a carreira do "atrevido da seleção", recordando que este era conhecido por "fraco", no sentido da débil condição física que mostrava quando começou a jogar. "Geneticamente, é um fraco forte e resistente. Embora tenha enfrentado pessoas mais duras do que ele, não perdia os duelos facilmente. Aliás, vencia-os. Nas avaliações de força física destacava-se", contou Fernel Díaz, coordenador das divisões inferiores do Júnior de Barranquilla.
As memórias do início da carreira do extremo foram recordadas numa extensa reportagem do "El Espectador". Entre muitos elogios, fica o pedido do primeiro treinador para que Díaz o continue a surpreender
Ainda assim, Luis Díaz era, por essa altura, um jovem que tinha de ganhar massa muscular para acompanhar os companheiros. "Havia jogadores que usavam chuteiras terapêuticas, outros que tomavam suplementos alimentares ou mediam o sono. Foi então que ele percebeu que queria ser melhor profissional. No FC Porto acabaram por afinar todas essas questões", explicou Carlos Van Strahlen, empresário do extremo. O aumento de massa muscular, porém, não lhe retirou agilidade, garante Jair Llanten, preparador físico da seleção colombiana de Sub-20.
"O que marca a diferença no Luis Díaz é a força e velocidade. Aguenta por muito tempo, têm que fazer-lhe falta atrás ou não o conseguem parar", assinalou, com a concordância de Carlos Van Strahlen. "Ele é veloz e vai encarar o adversário, mas isso acontece três ou quatro vezes por jogo. Também precisas de outras coisas e o Lucho tem-nas. Antes, as longas corridas custavam-lhe um pouco, mas agora ele pode ser o quinto defesa e depois faz um pique para voltar a ser um avançado. É um jogador de equipa", sublinhou o empresário.
Já o seu primeiro treinador, Julio Comesaña, espera mais irreverência. "Vejo-o um pouco repetitivo. Ele recebe, joga para dentro, passa e finaliza como segundo avançado ou mesmo como um 9. Gosto quando ele joga na ala porque cruza muito bem com o pé esquerdo. Mas uma equipa bem organizada marca-o com um lateral e um médio defensivo. Às vezes vemos um jogador e dizemos: "uau, isto é novo". Quero vê-lo a surpreender porque tem muitos recursos", atirou, antes de deixar alguns elogios. "Não é um gordo ou um pesado que tem dificuldade de mexer os quilos. Nada disso. Uma pessoa olha para Díaz e ele parece o Egan Bernal [famoso ciclista colombiano], mas jogador de futebol. É elétrico, move-se em espaços curtos e longos, sem dificuldade.", concluiu Comesaña.