José Fernando Rio e o apoio a Pinto da Costa: "FC Porto não é um partido político"

Os membros da lista “Mudar para Vencer”, candidata em 2020 às eleições do FC Porto, reagiram com surpresa à mudança de posição comunicada pelo seu antigo líder, José Fernando Rio, que anunciou o apoio a Pinto da Costa, posição na qual não se revêm. 

Fernando Rio deixou esta quinta-feira uma publicação nas redes sociais. "A candidatura de 2020, que liderei com muita honra e orgulho e que teve o resultado que teve graças ao empenho e qualidade de todos, terminou no próprio dia desse acto eleitoral, como afirmei nesse mesmo dia. Também afirmei que não seria oposição ao FC Porto, mas que seguiria com muita atenção todos os assuntos relevantes do clube e que interviria sempre que achasse pertinente para defender os superiores interesses do FC Porto. Terminei dizendo que tinha sido um bom combate mas, que acima de tudo, queria um Porto unido", pode ler-se. 

"Respeito a opinião de cada um dos meus consócios, por isso, peço que façam o mesmo em relação à minha opinião. É a diversidade de opinião e o respeito que temos uns pelos outros que nos torna mais fortes e respeitados pelos nossos adversários. Isto é que é ser Porto. Se não for assim, tornamo-nos alvos fáceis", vincou.

Leia a mensagem na íntegra: 

"Caros sócios,

Tomei conhecimento de um comunicado emitido por alguns daqueles que em 2020 fizeram parte da minha candidatura.

A candidatura de 2020, que liderei com muita honra e orgulho e que teve o resultado que teve graças ao empenho e qualidade de todos, terminou no próprio dia desse acto eleitoral, como afirmei nesse mesmo dia. Também afirmei que não seria oposição ao FC Porto, mas que seguiria com muita atenção todos os assuntos relevantes do clube e que interviria sempre que achasse pertinente para defender os superiores interesses do FC Porto. Terminei dizendo que tinha sido um bom combate mas, que acima de tudo, queria um Porto unido.

A excelência dessa proposta que juntos apresentámos abriu uma nova era no FC Porto: ficou demonstrado que não pensávamos todos da mesma maneira e que existiam caminhos alternativos, não sendo uma fatalidade haver só uma proposta eleitoral e votar sempre nos mesmos; o escrutínio por parte dos sócios intensificou-se; houve mais e melhor debate; surgiram terceiras e quartas propostas eleitorais!

O FC Porto não é um partido político e nele não devem existir quaisquer oposições organizadas, coisa que eu desconhecia que pudesse sequer existir, sobretudo a coberto da minha própria candidatura.

Somos uma associação desportiva cujos destinos são determinados pelos seus sócios e todos queremos ou devemos querer, a cada momento, o melhor para o nosso clube. Portanto, funcionando quase em círculo fechado, é natural que haja anteriores candidatos que mais tarde votem em anteriores concorrentes, assim como é natural que sócios que subscreveram e votaram numa determinada candidatura agora possam concorrer contra essa mesma candidatura que anteriormente apoiaram.

Quando as circunstâncias mudam, é normal que mudem as vontades. Isto é o normal. É o natural. É a diversidade de opinião. É a democracia interna a funcionar. É a demonstração de força e de vitalidade do clube!

O que eu procurei sempre fazer nestes longos anos como portista e como sócio foi contribuir para a grandeza do FC Porto.

No nosso estádio, nos jogos fora de casa, em Portugal, no estrangeiro, em muitas Assembleias-gerais, dando a cara por um projecto alternativo, manifestando publicamente a minha opinião a cada momento, criticando ou apoiando o que considero ser melhor para o meu clube.

Este é o meu currículo como sócio do FC Porto. Respeito a opinião de cada um dos meus consócios, por isso, peço que façam o mesmo em relação à minha opinião. É a diversidade de opinião e o respeito que temos uns pelos outros que nos torna mais fortes e respeitados pelos nossos adversários. Isto é que é ser Porto. Se não for assim, tornamo-nos alvos fáceis. Viva o FC Porto!"