Francisco Ferreira na Académica: "A principal diferença é o estádio, que é grande"
Francisco Ferreira destaca que a equipa está na melhor fase, fruto de quatro vitórias que deram a liderança. O lateral-direito, que trocou o S. João de Ver pela Académica, fez a assistência para o golo de David Teles que derrotou o Oliveira do Hospital. Agora vem a receção ao Sporting B, segundo classificado.
Corpo do artigo
Francisco Ferreira é um dos rostos da renovada Académica, que conseguiu algo inédito esta temporada: quatro vitórias consecutivas, todas com a baliza a zeros, que empurraram a equipa para a liderança da Série B da Liga 3. No últim triunfo, frente ao Oliveira do Hospital (1-0), o lateral-direito esteve em evidência ao assistir David Teles para golo, naquele que foi o seu segundo passe decisivo da época, aos quais junta também dois tiros certeiros. O ex- S. João de Ver, que passou pela formação do Braga, não esconde que quer mais.
Depois de três derrotas, a Académica conquistou quatro triunfos consecutivos que catapultaram a equipa para a liderança da Série B. Sente a equipa mais consistente?
-Sem dúvida que a equipa está na melhor fase, mais confiante! Não mudou muita coisa, porque trabalhamos sempre nos treinos para ganhar, mas tivemos uma fase menos boa, em que as coias não correram tão bem. Apesar disso, mantivemos sempre o nosso foco e fizemos o que míster pediu. Entretanto, conseguimos algo inédito que foi somar quatro vitórias seguidas.
Foram quatro jornadas sem sofrer golos e a Académica até já tem a melhor defesa. Qual é o segredo para esta coesão?
-Não é só a defesa, a equipa defende como um todo. Ajuda muito estarmos juntos e compactos. Quando não temos bola, temos um bloco baixo e isso ajuda a ter menos espaço entre setores.
O próximo jogo é diante do Sporting B, que está em segundo lugar e luta pelas quatro primeiras posições. Que dificuldades prevê?
-Vai ser um jogo difícil e competitivo, como são todos os da Liga 3. O ponto forte do Sporting B é a sua irreverência, a ousadia. Vamos enfrentar jogadores imprevisíveis, mas também vamos estar na nossa maior força para tentar a vitória. Vamos ser iguais ao que fomos na fase menos boa e também nesta. Juntos e humildes vamos vencer, que é a frase que temos como lema. Vamos respeitar o nosso adversário, esse é o nosso segredo e a nossa maior força.
Faltam apenas cinco jogos para o fecho da fase regular. Vê a Académica favorita a ficar nos quatro primeiros?
-Se formos a ver, estamos a quatro pontos do quinto lugar. Se tivermos um jogo menos bom podemos ficar logo abaixo na tabela, mas, jornada a jornada, vamos tentar ganhar e manter o primeiro lugar. Neste momento, vejo Académica, Sporting B, Covilhã, Alverca, Caldas e Atlético como as mais fortes candidatas a ficar nos quatro primeiros lugares. Vai ser uma luta muito acesa até ao fim.
Chegou à Académica proveniente do S. João de Ver. Que balanço faz deste meio ano no novo clube?
-A principal diferença é o estádio, que é grande; é sempre bom jogar ali. Outro ponto que gostei foram os adeptos e a claque, que tanto em casa como fora apoiam sempre em grande número. Temos uma massa adepta muito boa. Em termos individuais não vim com a promessa de ser titular, mas está a correr-me bem. Felizmente, o treinador tem optado por mim e estamos numa posição em que queríamos estar. Por isso, faço um balanço positivo e espero que se mantenha assim.
Quando se mudou para Coimbra tinha mais propostas?
-Tive mais propostas da Liga 3, mas este era um bom projeto e agradou-me. Também quis mudar de série, porque nunca tinha jogado tão a sul no país. Quis mudar a minha zona de conforto para experimentar outro tipo de futebol. Além disso, já me tinham falado bem do treinador [Tiago Moutinho], que na época passada esteve na Sanjoanense. Estou a gostar das ideias dele. Temos um futebol muito pressionante e queremos sempre jogar com saída de bola, gosto disso.
Tem duas assistências e dois golos. São números interessantes para um lateral?
-São números interessantes, mas quero mais. Na época passada fiz três assistências e três golos e gostava de ultrapassar essas marcas.
Quais são as suas principais armas em campo?
-A velocidade, a resistência e o contacto físico no um para um defensivo. O cruzamento e o remate também estão afinados. Quando era mais novo tinha como referência o Cristiano Ronaldo, porque jogava a extremo, e só mais tarde, no Braga, fui utilizado como lateral.
Desafiado a eleger os clubes mais marcantes da carreira, Francisco Ferreira, que é natural de Cesar (Oliveira de Azeméis), não teve dúvidas. “O Arrifanense, porque foi o primeiro. Estive lá seis anos e foi a partir daí que me apaixonei pelo jogo. A seguir, o Braga, pois estive lá cinco anos e fiquei muito ligado ao clube e à cidade”, explica o lateral-direito, 24 anos, que além destes emblemas, representou também Feirense, Gondomar e S. João de Ver.
Ainda sobre os arsenalistas, Francisco recorda a época nos sub-17, na qual foi à fase final e jogou contra os três grandes, além dos treinos com a equipa principal. “Estive com jogadores que antes só via na televisão. Fiquei um pouco ansioso por conhecer o Eduardo, da Seleção, o Goiano, o Danilo, o Palhinha... Foi bom aprender com eles e ter outra intensidade”, conta.