Braga levava 49 anos sem vencer troféu quando caiu no Jamor nos penáltis, com o Sporting. Dia terrível para Conceição recordado por Pardo.
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Pardo chegou a Braga em 2013/14, vindo do Independiente Medellín, onde atua hoje, aos 32 anos. O colombiano tornou-se um dos jogadores mais destacados dos guerreiros ao longo de duas épocas, acumulando 19 golos e 14 assistências, saindo para a Grécia, onde se fez campeão ao serviço do Olympiacos. A época de despedida de Pardo em Braga foi mesmo com Sérgio Conceição, que fez dele um dos indiscutíveis, jogando a final da Taça de Portugal no Jamor, a tal que teve um dos desfechos mais dolorosos para António Salvador: os guerreiros adiavam a consagração num palco onde só tinham sido felizes em 1966.
Contra o Sporting, os minhotos tiveram o pássaro na mão com um 2-0 aos 82 minutos, ainda para mais vendo o adversário reduzido a dez jogadores. Nos minutos finais abateu-se um pesadelo que durou até um castigador desempate por penáltis. Mais cruel foi para Sérgio Conceição, que enxugou muitas lágrimas, numa imagem de amargura forte para aquele que é hoje um triunfador insaciável no FC Porto. O colombiano mergulhou nesse postal martirizante e desolador. "Foi algo muito duro, marcou imenso a todos. Pessoalmente, tenho uma ideia clara de que uma vitória no Jamor podia ter sido muito importante para o meu futuro. Podia ter dado outro tipo salto, inclusive em Portugal", recorda.
"Foi difícil de digerir, tínhamos o marcador a nosso favor, devíamos ter vencido. Mas até que o árbitro apite, não se pode dar nada como ganho. No balneário, houve muita tristeza, mas também cientes de que tínhamos dado o máximo. Isso ficou na mente dos jogadores. A prova foi como todos levantaram a cabeça e trabalharam bastante para chegar, logo na época seguinte, a outra final, e venceram-na. Eu já não estava, Sérgio também não, mas acho que pesou essa exigência que ele incutia", transmite Pardo, vendo o Braga noutra final da Taça de Portugal e contra Sérgio Conceição, alguém muito influente na sua carreira, e com quem se voltou a cruzar no Nantes.
"Vai ser intenso, espero um grande futebol das duas equipas, um jogo de muito ritmo e a pedir muita competência. Ninguém vai dar nada, todos vão ter de estar no melhor para ficarem com a Taça. Todos sabemos como é o Sérgio, um grande treinador, uma grande pessoa e um puro ganhador. Mas o Braga não fica atrás, fez um grande campeonato e já pensa neste troféu há alguma semanas", destaca Pardo, atento ao que tem feito o clube arsenalista desde que deixou o clube, percorrendo o futebol grego, francês, mexicano e colombiano.
"De Braga guardo com saudades tudo, das pessoas à instituição, passando por equipas técnicas espetaculares que me fizeram crescer imenso. Devo muito ao Braga o que sou hoje e não esqueço a passagem por essa linda cidade", salienta.
"Sigo o Braga constantemente, os jogos que faz, os resultados que obtém. Tem feito épocas incríveis, sempre com jogadores muito bons. Porta-se como um grande, está sempre nos primeiros lugares e já está identificado por esse estatuto", aclara o atacante colombiano, a recuperar de lesão no Independiente Medellín.
Conceição como um pai
Pardo curva-se a Sérgio Conceição, qualificando a relevância do técnico no seu trajeto. "É um lutador, exige muito aos jogadores. Marcou a minha carreira por ser um apaixonado pelo futebol, como também sou. O seu caráter ganhador está sempre presente e também uma postura de pai na exigência que coloca todos os dias. Ele procura jogadores dos quais sabe que pode exigir tudo", evidencia o colombiano, atento a quem hoje ajuda a pontuar os sonhos do Braga. "Contam com um grande Ricardo Horta, que faz a diferença. Também o Matheus. E o Borja, a fazer um grande trabalho" relata. "São jogadores importantes e decisivos com uma grande experiência, o que acaba por ser um trunfo nestes jogos. São elementos que podem acrescentar muito e ajudar o Braga a ficar com essa Taça", elogia.
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