Fernando Gomes no julgamento de Rui Pinto: "Sentimos que a nossa casa foi roubada"

Fernando Gomes, presidente da Federação Portuguesa de Futebol, em declarações por videoconferência em mais uma sessão do julgamento de Rui Pinto, admitiu que sente que a "casa foi roubada".

"Sentimento de enorme desconforto e também de pugnar para que não possam existir esses acessos. Estamos a proteger a informação, que é um bem público, temos um dever de transparência. Uma das questões que se levantava era a transparência, temos feito esse esforço e tudo o que fizemos durante este tempo", começou por afirmar.

"Criámos condições para que não pudesse ser acedida por meios ilícitos. Sentimos que a nossa casa foi roubada. Não deve ser partilhada com todos, não é justo nem correto que seja feito um acesso indevido e que questione a base de confiança entre entidades e FPF", concluiu Fernando Gomes.

Teixeira da Mota, advogado de Rui Pinto, procurou depois sustentar o efeito denunciante do cliente de Gaia. Perguntou se havia uma evolução e se os contratos deveriam ser divulgados.

"Não é só na Federação, houve uma alteração de regime jurídico graças a uma lei do Estado. A Federação defendeu a divulgação pública de documentos, mas não foi uma evolução.
Salários públicos? A minha posição a acordos entre entidades privadas é que só a eles lhes diz respeito. A responsabilidade de torná-los pública é deles. Não tenho problema, porém, em que sejam divulgados. Na sociedade onde vivemos temos de seguir os trâmites legais, se temos de reenviar para a FIFA e aí não está referenciado que são públicos, esses não têm de ser públicos", respondeu o líder federativo.

Já sobre fundos de investimento [TPO - Third Part Ownership; neste caso, em referência à Doyen] Fernando Gomes respondeu que "numa perspetiva de financiamento, desde que seja salvaguardada a competição e que não se condicione atletas e clubes", não tem nada a opor.

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