Mexicano brindou em Famalicão ao jogo 400 como profissional e garante a O JOGO que ainda tem muito para fazer na carreira.
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A deslocação a Famalicão vai ficar na memória de Corona e não pela assistência que fez para Taremi abrir a contagem da nona vitória seguida do FC Porto esta época.
O mexicano atingiu uma marca assinalável na carreira: 400 jogos enquanto profissional, divididos pelos três clubes (FC Porto, Twente e Monterrey) que representou e ainda pela seleção mexicana. Ao todo marcou 60 golos, a maioria de azul e branco, tal como os jogos disputados.
A cumprir a sexta temporada no Dragão, Tecatito explicou a O JOGO qual o segredo para ter chegado tão rapidamente a este número, sempre com épocas de alta cilindrada. "Com a experiência vai-se percebendo que a disciplina e a concentração diária estão na base dessa consistência", vincou. Nas duas últimas épocas, por exemplo, superou os 50 jogos. Aliás, Corona é o jogador mais utilizado por Sérgio Conceição desde 17/18, com mais 15 utilizações do que Marega, outro dos jogadores (assim como Otávio e Sérgio Oliveira) que também fez todas as épocas do atual treinador. "O balanço é muito positivo. É óbvio que quero fazer ainda mais, espero conquistar mais títulos coletivos e individuais, mas no geral sinto-me muito contente com o meu percurso", referiu o mexicano, que é o elemento com mais anos consecutivos na equipa principal do FC Porto do atual plantel. "É um clube que está no meu coração. Identifico-me muito com o FC Porto, gosto muito da forma como se vive o dia-a-dia neste clube. Tenho alguns amigos portugueses e estou adaptado à forma de ser e de viver no Porto, aqui é ganhar ou ganhar. Tudo isso é muito importante foi algo que assimilei, que já faz parte de mim", assegura.
A estreia de Tecatito enquanto profissional aconteceu há quase dez anos e meio. A 7 de agosto de 2010, entrou ao minuto 60 de uma partida do Monterrey na terceira jornada do campeonato mexicano. Víctor Manuel Vucetich foi o treinador que apostou num jovem que ainda nem tinha feito 18 anos, mas que nos treinos - jogava habitualmente nos juniores, mas trabalhava várias vezes com o plantel principal - já demonstrava toda a sua velocidade e capacidade técnica. Corona nunca se esqueceu desse encontro. "Foi pelo Monterrey, contra o Atlante, em Cancún e ganhámos 2-1. Estava muito nervoso, mas no final correu tudo bem. Lembro-me que o treinador disse para me divertir em campo e fazer o que sabia fazer", recorda.
Nos dois primeiros anos, só fez 16 jogos e dois golos, mas em 2012/13 assumiu-se como uma das figuras dos "Rayados", tendo conquistado três Liga dos Campeões da CONCACAF nesse período.
Saiu do Monterrey com 54 jogos e sete golos, transferindo-se para o Twente, dos Países Baixos. A adaptação fez-se com uma passagem pela equipa B (cinco jogos e dois golos), mas rapidamente conquistou um lugar, sobretudo com a entrada de Alfred Schreuder para o comando da equipa. Um ano depois, Corona chegava à seleção mexicana, onde atualmente é uma das suas principais figuras. Bastariam duas épocas e 51 jogos (13 golos) no Twente para convencer o FC Porto a investir 10,5 milhões de euros no seu passe. Um valor elevado, é certo, mas que nunca carregou às contas. Na estreia de dragão ao peito, ao fim de poucos treinos, fez dois golos em Arouca e mostrou logo que poderia ser uma mais valia na equipa. Algo que se confirmou nas épocas seguintes, levando o FC Porto a renovar-lhe contrato em março de 2019. Com Sérgio Conceição, passou a peça fundamental, seja a extremo, a lateral, a médio ofensivo ou como segundo avançado, conseguindo uma consistência exibicional que o levou a ser considerado o melhor jogador do último campeonato para a Liga e, mais tarde, também para os leitores de O JOGO.