O projeto da Federação Portuguesa de Futebol para criar um campeonato de sub-23 está a ser encarado com desconfiança por parte significativa dos emblemas cujas equipas B atuam na II Liga
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Os clubes com equipas B, que atualmente disputam a II Liga, têm dúvidas sobre o projeto da Federação Portuguesa de Futebol para a criação de um campeonato sub-23. A iniciativa da FPF aponta no sentido da criação de uma liga jovem, destinada a jogadores recém-chegados à categoria sénior, faixa onde se regista uma grande taxa de abandono, e que terá sido acelerada perante a proposta do grupo de trabalho criado na II Liga, que prevê a redução das equipas B naquele campeonato e o aumento das respetivas taxas de inscrição.
Entretanto, O JOGO sabe que, apesar de reconhecerem as boas intenções que sustentam o projeto da FPF, os clubes que atualmente têm equipas B (com a exceção do Sporting, que tenderá a concordar com a tese da Federação) já manifestaram reservas perante a utilidade do mesmo, acreditando que pode ter efeitos negativos. A começar pelo facto de um campeonato de reservas não proporcionar o mesmo ambiente competitivo que se regista na II Liga, limitando a respetiva utilidade na fase final da formação de jogadores jovens de elevado potencial e forçando os clubes a encontrar outras soluções, nomeadamente através do empréstimo desses atletas.
Uma opção que, não apenas esvaziaria o projetado campeonato de sub-23 dos melhores valores desse escalão, mas que, considerando os custos que tais empréstimos acarretam no mercado interno (a maior parte dos clubes assumem, em média, 50 por cento dos ordenados dos jogadores que emprestam em Portugal) poderia levar à procura de soluções no estrangeiro. Em contrapartida, e até por reconhecerem o papel que a competição desempenha na valorização dos respetivos jogadores, os clubes que já têm equipas B revelaram abertura para aceitar o aumento das taxas de inscrição na II Liga (que poderão atingir os 250 mil euros) como forma de solidariedade com os restantes clubes.