Bruno de Carvalho: "Gostava de saber se mudava alguma coisa caso os dirigentes não falassem durante duas semanas"
Presidente do Sporting é uma das presenças na Conferência "Violência no Desporto", que decorre esta terça-feira na Assembleia da República.
Corpo do artigo
Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, é uma das presenças na Conferência "Violência no Desporto", que decorre esta terça-feira na Assembleia da República. O líder leonino sublinhou a necessidade de medidas.
"Falamos de violência e há uma confusão grande entre o que é de facto a violência, como se falou, e uma deformação na comunicação à volta do fenómeno desportivo. Verifiquei críticas à atuação da comunicação social na intervenção do presidente da AR, da APAF, e estamos a confundir o que é intervenção e o que são casos a ser investigados pela polícia. Ouvi aqui falar em autonomia várias vezes. Há uma grande distância entre autonomia e independência. Os governos têm de ter noção desse limite. Ouvi também que há que conciliar os interesses no futebol. Mas como cidadão também não vejo um pacto entre os partidos para chegarmos a coisas essenciais, como quantos hospitais e onde, quantas escolas e onde... Isso sim lesa bastante os portugueses", afirmou.
"Ouvi também falar muito de populismo e isso é um fenómeno que cruza o desporto e a política. Do secretário de Estado ouvi falar de liberdade de expressão: recebi há duas semanas o não acompanhamento do MP de uma queixa pública que fiz. O MP escreveu a seguinte consideração sobre um tal sr. Hugo Gil: 'estava no seu direito em termos de liberdade de expressão, no que diverge a diferenças clubísticas'. Já percebi que para o MP as divergências clubísticas dão o direito a chamar drogado a outros", continuou.
"Disse aqui que há uma taxa zero de prescrição de IPDJ. Em 2013 estive reunido com todos os grupos parlamentares e uma das propostas que falava era sobre a violência no desporto. Já em 2013 defendia isto. Quando oiço falar em aumento das multas e de todos esses regulamentos e sanções, mas isto faz-me lembrar-me uma multa ao excesso de velocidade nas autoestradas, quando a mortalidade está relacionada com as manobras perigosas. Acho que continuamos mais preocupados com o acessório. Estamos mais focados no acessório e nas consequências do que na causa das coisas. Gostava de saber se os dirigentes não falassem durante duas semanas se mudava alguma coisa. Não mudava nada, porque a comunicação social continuaria com o seu lixo tóxico", vincou.