Paulinho foi o goleador da última época e Dyego Sousa o avançado mais eficaz de Portugal. Abel está obrigado a juntá-los mais vezes...
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Pode parecer estranho, mas o jogo de terça-feira frente ao Nacional foi um dos raros momentos em que Abel Ferreira conseguiu juntar Dyego Sousa e Paulinho no mesmo onze ao longo do último ano e meio. Esta época, a dupla de avançados só tinha partilhado o relvado em duas ocasiões: em Felgueiras, para a Taça de Portugal (Dyego Sousa entrou aos 57 minutos para marcar o golo da vitória, após assistência de Paulinho), e nos últimos minutos do dérbi de Guimarães. No entanto, e frente ao Nacional, Abel Ferreira decidiu-se a dar, pela primeira vez esta temporada, a titularidade a ambos, com o resultado que se conhece: maior goleada da época, dois golos para cada um e ainda duas assistências para Paulinho e uma para Dyego Sousa. Era difícil imaginar melhor.
A lesão do avançado português, sofrida na semana que antecedeu o arranque oficial da época (regressou apenas a 30 de setembro, frente ao Belenenses), serviu para embalar Dyego Sousa para um arranque de temporada absolutamente fantástico, transformando um "excelente" suplente (fez os 90 minutos apenas em cinco ocasiões durante 2017/18), num "excelente" titular desta.
A verdade é que, na época passada, Abel Ferreira só conseguiu oferecer-lhes a titularidade em simultâneo em cinco dos 52 jogos realizados pela equipa, mesmo que a dupla de avançados até tenha sido experimentada pela primeira vez num dos momentos mais marcantes da época, o histórico triunfo (2-1) na Alemanha frente ao Hoffenheim, na fase de grupos da Liga Europa - com o segundo golo, o da vitória, a ser marcado precisamente por Dyego Sousa. Depois disso, e antes deste jogo com o Nacional, Abel só voltara a juntá-los de início no empate fora com o Ludogorets (1-1), no triunfo (3-1) com o V. Setúbal, na derrota (0-3) com o Marselha e no empate (1-1) frente ao Boavista. Muito pouco para tanto potencial.
No entanto, e apesar da excelente resposta dos dois na partida de terça-feira, Abel Ferreira preferiu não lhes garantir a titularidade nos jogos que se seguem. "Apresentaram rendimento, tiveram um comportamento exemplar e se tiverem de voltar a jogar juntos, jogam sem problemas. Mas tudo depende da estratégia para cada jogo e essa sou eu que defino", limitou-se a afirmar o treinador.
No entanto, é difícil imaginar um ataque sem Dyego Sousa nem Paulinho na receção do próximo domingo ao V. Setúbal, mesmo que Abel Ferreira nunca tenha apostado de uma forma consistente na dupla de avançados.
Lágrimas antes do agradecimento
Paulinho marcou o primeiro golo da época e os festejos fizeram-se com lágrimas, seguidos de uma enorme ovação dos adeptos, que entenderam o momento difícil do avançado. "Deu para perceber que havia muita tensão dentro do jogador. Já lhe disse que a confiança se ganha nos treinos, não é nos jogos", explicou Abel Ferreira no final da partida. No segundo golo, logo a seguir ao intervalo, os festejos foram menos efusivos, ainda que Paulinho tenha feito questão de se dirigir ao banco para agradecer publicamente ao médico Vítor Moreira e ao fisioterapeuta Francisco Miranda, duas pessoas fundamentais durante a fase de recuperação.