"Acredito que a nossa curva não vai atingir os números trágicos de Espanha e Itália"
Olhando as números, Eduardo Mendes guarda uma forte esperança no povo português
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Eduardo Mendes é o responsável clínico pelo Tondela, mas pelo olhar de um médico que por estes dias olha com "preocupação, serenidade e otimismo" para a pandemia de covid-19 que, à imagem de outros países, quase parou Portugal por completo e o futebol de forma absoluta. "Estamos perante uma pandemia altamente contagiosa, de progressão rápida e imprevisível. Os Grupos de risco estão identificados, mas facilmente poderão ser alargados, dependendo da evolução da curva epidemiológica e da capacidade de resposta dos serviços de saúde. Serenidade porque a vida tem de continuar".
Olhando as números, Eduardo Mendes guarda uma forte esperança no povo português. "Existem vários modelos estatísticos epidemiológicos e as curvas estão devidamente estudadas. Acredito que a nossa curva não vai atingir os números trágicos de Espanha e Itália, mas, uma vez mais, depende de todos nós", disse, citado pelo site da Liga Portugal.
O campeonato está parado, os treinos estão suspensos, um cenário que ninguém esperava, a começar pelos jogadores. Como é agora o dia a dia de um profissional de futebol? "Com as limitações que todos conhecemos, principalmente em clubes mais pequenos, mas com todos os jogadores do Tondela a cumprirem um plano de treino físico individual e nutricional".
E sobre o lado psicológico dos atletas? "Alguma ansiedade, mas penso que, como profissionais e perante uma situação de saúde pública sem precedentes, há uma relativização da sua situação individual", afirmou Eduardo Mendes.
"Neste momento, é prematuro pensar em qualquer cronograma para o regresso à competição. Existem planos já elaborados mas presos no tempo, pelo que as próximas semanas serão cruciais para o futuro", disse ainda o médico do Tondela antes de dirigir algumas palavras aos portugueses em geral. "Acima de tudo, temos a obrigação de seguir religiosamente as recomendações de saúde pública da Direção-Geral de Saúde. Tão ou mais importante é, também, evitar o pânico e manter a serenidade. Novos dias virão, melhores, certamente, e a nossa vida acabará por regressar à normalidade", finalizou.