Quarentena geográfica motivada pela pandemia de covid-19 tirou a habitual alegria à cidade, mas é por um bem maior.
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Ovar é, por estes dias, uma cidade sem cor.
Quem habita no concelho e viveu, há tão pouco tempo, o Carnaval, não imaginaria certamente o que por aí vinha. A covid-19 é uma pandemia que afetou todos os cantos do Mundo em larga escala e "escolheu" o município ovarense para atacar em força.
O hino da terra fala de uma cidade cheia de "história e fervor", mas esse não é o estado de espírito que se encontra atualmente em solo vareiro. A quarentena geográfica que foi estabelecida quebrou o fluxo de milhares de pessoas que todos os dias entram e saem dos limites concelhios, quer para trabalhar, quer para visitar, e retirou vida às principais artérias citadinas.
A postura da população tem sido elogiada pelas autoridades locais, mas só uma parte da missão está, para já, cumprida. E mesmo essa parte ainda pode ser aperfeiçoada. Se há quem cumpra escrupulosamente as indicações de isolamento, há também quem ainda hesite em cumprir à risca as diretrizes que foram dadas.
Não é tempo de hesitar ou ignorar. É tempo de proteger a família, os amigos. É tempo de ficar em casa. A indústria está desfalcada, o comércio tradicional do centro da cidade parou. O futebol, com a Ovarense, - que recentemente ganhou novo fôlego com uma época de excelente nível na divisão de elite de Aveiro -, e o basquetebol estão em suspenso por culpa do vírus que parou o país e, por que não dizê-lo, o Mundo.
Há a consciência de que tudo isto será temporário, mas uma grande fatia da luta que está a ser travada é da nossa responsabilidade, dos cidadãos. Não é erro recordar, como O JOGO tem feito insistentemente: "Cuide de si, cuide de todos". E ao fazê-lo, Ovar, assim como tantas outras cidades de Portugal, estará mais perto da cura e da fuga ao coronavírus.
É também da população que depende o regresso às bancadas do Estádio Marques da Silva e do pavilhão de basquetebol, das caminhadas à beira-mar, do reatamento da atividade industrial que tão vital é para o concelho. As primeiras indicações são boas, mas o caminho ainda será longo. Para que Ovar recupere a "beleza sem igual", como constata outro verso do hino, tão acarinhado e conhecido pelas gentes vareiras.