"A massa adepta que nos acompanha faz inveja a alguns clubes da II Liga"
Vítor Gamito comanda o líder da Série B, que se mantém invicto, somando cinco vitórias e um empate nas seis jornadas realizadas. A confiança reina e a Direção aponta à Liga 3. O treinador, de 37 anos, conta a O JOGO que houve investimento do clube em condições para o plantel, como a introdução do GPS, a construção de um sintético e melhorias na estrutura.
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Com cinco vitórias e um empate em seis jornadas, o Rebordosa vive o seu melhor arranque de sempre no Campeonato de Portugal, que lhe vale a liderança da Série B, mas Vítor Gamito prefere não entrar em euforias. "Quem conhece o Campeonato de Portugal sabe que é extremamente difícil manter uma regularidade de pontos. Este arranque superou as nossas expectativas, se bem que esteja dentro do nosso objetivo, que é chegar aos lugares de play-off. Dá-nos muita confiança para o resto da época", assume o treinador, 37 anos, em conversa com O JOGO, desvendando que a "estabilidade" do clube tem sido o segredo para o sucesso. "A Direção dá-nos todas as condições para podermos trabalhar, assim como o plantel, que já está há alguns anos junto, mas os projetos vivem muito de resultados e o que conta é o próximo domingo, pois isto muda tudo rapidamente", constatou.
A cumprir a segunda temporada como técnico do Rebordosa, Gamito afirma que o objetivo é chegar à Liga 3. "Nos últimos três anos, o Rebordosa foi sempre do top cinco no Campeonato de Portugal. A Direção lançou o repto de podermos elevar o nosso patamar competitivo e tentar um pouco mais. Aceitámos e já assumimos publicamente que o objetivo é atingir os lugares de play-off. Estamos a fazer um bom campeonato, mas vamos precisar mais do que estes 16 pontos", observou, explicando que a ambição do clube o manteve neste projeto. "O ponto fundamental foi sentir-me desejado, era a primeira e única opção. Depois, a motivação pelo projeto ambicioso de alavancar o patamar competitivo. Foi uma junção de fatores que me levou a pensar que era possível fazer mais e melhor", revelou, acrescentando que "a massa adepta que nos acompanha não é para estar nesta divisão e faz inveja a alguns clubes de II Liga".
O investimento feito no plantel também melhorou as condições oferecidas ao grupo. "Conseguimos contratar cirurgicamente jogadores que conhecem bem o escalão, com características diferentes das que tínhamos para podermos ter mais soluções e jogar de forma variada. Houve mais investimento em condições para o plantel, como a introdução dos GPS, o departamento médico, o scouting, a análise de desempenho dos adversários e a construção de mais um campo sintético de apoio à equipa", salientou.
Defrontar Conceição foi especial
Foi na faculdade que Vítor Gamito descobriu que tinha mais vocação para treinador do que para professor de Educação Física, tendo como fonte de inspiração José Mota. Na sua ainda curta carreira, na quarta temporada seguida no Campeonato de Portugal, o técnico destaca as subidas de divisão pelo Vidago e Vilar Perdizes, sendo que neste último emblema viveu um momento especial. "Defrontar o FC Porto do Sérgio Conceição, há duas épocas, foi marcante. Fomos competitivos durante todo o jogo. As subidas de divisão e a campanha anterior no Rebordosa, quando chegámos aos oitavos de final da Taça de Portugal, também me ficaram na memória. Agora quero deixar uma marca vincada neste clube", partilhou.
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