"Que o Vizela veja a minha evolução e possa subir de divisão para estar com eles na Liga"
Joy é coqueluche de talento no Vila Meã. Tem 18 anos e encanta cedido pelos minhotos. Atacante foi o mais jovem de sempre a jogar o Girabola, com 14 anos
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No Campeonato de Portugal, o Vila Meã é destacado 2.º classificado na Série B, alimentando vontade de subir, ao fim de seis jogos, contando com quatro vitórias e dois empates. No ataque da equipa do concelho de Amarante, há um miúdo em foco, que entretém e atiça magia no campo. É Joy, alma de diabo à solta, tratamento de bola adocicado, dando que fazer a quem o vigia. Com 18 anos carrega também consigo a esperança de Angola, diamante em bruto que cintila em Vila Meã mas ainda procura exposição mais nobre. O talento pertence ao Vizela e a cedência vai sendo proveitosa, até porque muitos clubes de divisões superiores já se deixaram impressionar.
"Sinto-me confortável, é sempre bom contar com novas experiências. Fui bem acolhido, por uma ótima malta, onde são todos humildes. Estes meses já se assemelham a dois anos. Tenho sido muito feliz", atira o atacante, antevendo bons ventos e bons casamentos, ao contrário do ditado. "O objetivo é sempre estar na montra maior, é bom ter outras equipas a olharem para mim. Claro que ambiciono que o Vizela veja a minha evolução e possa subir de divisão para estar com eles na Liga. Vou dar o meu melhor, seria uma grande oportunidade."
Estreado pelo Petro, em Angola, com apenas 14 anos, fixando um recorde. "Não consigo recordar muito bem, foi uma estreia difícil contra um adversário complicado e, numa altura, que precisávamos de ganhar para ter esperanças no Girabola. O jogo estava 0-0, estava um bocado pressionado, mas fiz um bom jogo. Foi um momento excelente para mim", rebobina.
"Essa experiência transmitiu muita determinação e vontade. No clube, todos acreditavam muito no meu futebol. No que depender de mim, sei que tenho muitos saltos para dar, mesmo sabendo que a carreira pode reservar coisas más. Acredito que chego onde quero chegar, onde prometi chegar, para chegar ao patamar mais alto dos grandes clubes europeus", enaltece Joy, que ganhou alento em Portugal, tendo peça dourada no título nacional da 2.ª Divisão de Juniores, pelo Vizela. "Foi o mais importante que vivi, sabendo que ajudei bastante", acrescenta o extremo do Vila Meã, dando conta dos seus maiores requisitos em campo.
"Sou de driblar, de ir para cima dos defesas. Vejo muitos vídeos do Neymar e do Mbappé, são as minhas referências. Mas também tenho a inspiração do Job, com quem joguei no Petro. Uma estrela no país", sustenta, definindo Milson e Zito como "craques da nova geração".
Desejando estar na próxima fornada. "Os angolanos gostam de mim e há miúdos na rua que se inspiram na minha histórica. Quero singrar na seleção. Se não dou no futebol, tenho de dar no futebol...", conclui, taxativo, com uma só coisa em mente.
Coração pelos dois grandes de Madrid
Cheio de vontade por crescer e trepar degraus, sem alarido nem vertigem, Joy desfia um pouco dos namoros que pairaram sobre si. "Quanto falo de chegar a grandes clubes, penso num Sporting ou Atlético Madrid. Tive uma experiência no Sporting pouco depois de ter jogado pelo Petro, mas não fiquei. Era apaixonado pelo Edwards. O Atlético Madrid gosto muito, porque também os defrontei em torneios na Europa, que vinha desde muito novo. Eu até sou do Real Madrid, mas vejo o Atlético como ideal para fazer a diferença e me mostrar contra eles", clarifica o jovem angolano, já internacional sub-17, sub-19 e sub-23. Pelos colconheros centra-se noutro jogador de eleição. "Adoro o Álvarez, é extraordinário, nem parece avançado pela altura que tem."