A Alemanha e a Áustria tinham já rejeitado a exigência apresentada na quarta-feira por Putin.
Corpo do artigo
O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou hoje que a análise dos contratos de abastecimento energético com a Rússia revelou que está previsto o pagamento em euros ou dólares e é o que "está em vigor".
Reagindo ao anúncio feito na quarta-feira pelo Presidente russo, Vladimir Putin, de que passaria a exigir o pagamento em rublos, Scholz declarou também uma vez mais, no final de uma reunião de chefes de Estado e de Governo da NATO e do G7, que um embargo às importações de gás natural, carvão e petróleo da Rússia não fará parte do regime de sanções.
Segundo o chanceler alemão, trata-se de uma "decisão consciente" devido à dependência de muitos Estados europeus das referidas importações, mas defendeu a eficácia do resto das "duras sanções" impostas a Moscovo.
"Vamos mantê-las o tempo que for necessário e reavaliar a sua eficácia uma e outra vez", advertiu Scholz.
Questionado sobre a possibilidade de pagar tais importações em rublos, sublinhou que os acordos e tratados são "precisos" no que diz respeito à divisa que deve ser utilizada nos pagamentos.
"É o que sabemos, e vamos acompanhar a situação de perto, mas parece que está absolutamente claro na maioria dos casos", indicou o chanceler em Bruxelas.
14702522
Scholz instou Moscovo a negociar um cessar-fogo na Ucrânia e a permitir a saída de civis das zonas cercadas, frisando que a retirada imediata das tropas russas é um requisito indispensável para encontrar uma solução diplomática para o conflito iniciado há um mês.
Sobre o envio de armamento para Kiev, o chanceler disse que vários países, entre os quais a Alemanha, "reviram decisões com décadas" e começaram a enviar armas para uma zona de conflito.
O chefe do executivo alemão atribuiu parte do êxito da resistência ucraniana ao "abastecimento constante de armas e munições" e observou que, apesar de cada país ter o seu próprio arsenal, o exército ucraniano recebeu uma série de armas defensivas "muito eficazes".
O grupo de gás polaco PGNiG anunciou hoje que se recusará a pagar em rublos as suas compras de gás russo, como Moscovo exigiu, enquanto Itália e a Bélgica, a seguir a Berlim, denunciaram em Bruxelas uma violação dos contratos em vigor.
A Alemanha e a Áustria tinham já rejeitado a exigência apresentada na quarta-feira por Putin.
14711121