<strong>O JOGO - 35 ANOS || 2000 || A VÉNIA DE AUGUSTO INÁCIO </strong><strong>- </strong>Enfim, o Sporting campeão, pela primeira vez em 18 anos. Hoje, Augusto Inácio evoca o treinador que o lançou: Juca
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Juca era o nome de guerra de Júlio Cernadas Pereira, que nasceu em Moçambique em 13 de janeiro de 1929, veio para jogar no Sporting como médio e foi o mais jovem treinador de sempre a ganhar o campeonato, com 33 anos, sempre ao serviço do clube de Alvalade. Faleceu em 11 de outubro de 2007, com 78 anos.
Inácio diz-se uma espécie de filho da bola do Cabecinha de Ouro, que escreveu história em Alvalade
Foi ele quem lançou Inácio na primeira equipa do Sporting, na altura como lateral-direito (Inácio fez o melhor da sua carreira do lado contrário), num jogo da pré-época em Madrid.
Foi ainda ele que fez Inácio debutar na seleção - "eu fui uma espécie de filho da bola do Juca", diz Inácio, reconhecido a um homem que deixou uma imagem de competência e educação no futebol português, depois de ter sido um médio elegante e com bom jogo de cabeça - chamaram-lhe "cabecinha de ouro".
Juca chegou ao Sporting em 1949 com Mário Wilson (que vinha para substituir Peyroteo) e durante nove anos colecionou 178 jogos e 9 golos pelo clube de Alvalade, ganhando cinco campeonatos e uma Taça de Portugal - além de seis jogos na Seleção Nacional. Acabou a carreira precocemente por causa de uma lesão, foi para treinador dos juniores do Sporting e um ano depois era treinador da equipa principal, que foi campeã, na época de 1961-62.
Tinha substituído Otto Glória mal o campeonato começara, porque o brasileiro se tinha demitido. No ano seguinte ganhou a Taça de Portugal e fica assim ligado à grande conquista europeia do clube - a Taça das Taças de 1963, já sob a direção do brasileiro Gentil Cardoso. Juca está assim muito ligado à história do Sporting: foi Prémio Stromp, foi o treinador de uma equipa de juniores campeã nacional que tinha Damas, Caló, Barão, Leitão. O que também deve ser importante para um coração de leão como Inácio.
Foi também selecionador nacional por três vezes, sempre em situações difíceis, a última das quais como treinador de campo do selecionador Ruy Seabra. Como técnico dirigiu Académica, Braga, Belenenses e V. Guimarães. Voltou outras vezes ao Sporting, como diretor técnico com Sousa Cintra nos anos 90, ou como coordenador do futebol juvenil, até 2004.
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