Presidente dos Estados Unidos sugeriu, em conferência de imprensa, a aplicação de injeções de desinfetante para combater a covid-19.
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A polémica estalou na quinta-feira, quando Donald Trump, em conferência de imprensa, sugeriu a aplicação de injeções de desinfetantes em doentes de covid-19, como forma de combater o novo coronavírus.
No dia seguinte, o presidente dos Estados Unidos reagiu à indignação gerada entre a comunidade científica e garantiu que a intervenção sobre a possível aplicação de desinfetante havia sido "sarcástica", apontando o dedo à comunicação social.
Ora, o jornal The Guardian revelou que a teoria sobre a eventual utilização de desinfetante no combate à pandemia pode ter chegado a Trump pela mão de Mark Grenon, "arcebispo" de uma seita denominada "Genesis II", organização que se dedica a produzir o dióxido de cloro, usado desinfetante na indústria têxtil e a que Grenon começou a chamar MMS ("miracle mineral solution"), que pode para curar 99 por cento das doenças, incluindo o cancro, a malária ou a SIDA.
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Grenon revelou num programa de rádio ter enviado uma carta ao presidente dos EUA. O conteúdo da missiva centrou-se no pedido de proteção à "Genesis II" e na possibilidade de aplicação do dióxido de cloro.
A verdade é que o Centro de Controlo de Envenenamentos de Nova Iorque recebeu cerca de trinta chamadas na sexta-feira, relacionadas com exposição a produtos de limpeza e desinfetantes. O referido departamento contabilizou nove casos de exposição a lixívia, dez relacionados com desinfetantes e onze com outros produtos de limpeza doméstica, entre sexta-feira e sábado, ou seja, os dias que se seguiram à "sugestão" de Trump.