FORA DE JOGO - Ora aqui temos uma benfiquista de sorriso inteiro - basta dizer que deu o nome de Eusébio a um dos seus filhos e não foi só por causa do avô... Filipa Galrão é hoje uma das vozes das tardes da Rádio Renascença, depois de um período a levantar-se com as galinhas para fazer o programa "As Três da Manhã", com Ana Galvão e Joana Marques. Vamos lá conhecê-la um bocadinho melhor.
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Tu és muito benfiquista. Como é que isso te aconteceu?
-Não sou "muito" benfiquista, isso não existe. Ou és ou não és. Eu sou e ainda bem. Diria que tive boas influências. Primeiro o meu pai e a minha irmã, depois um namorado que virou marido, e assim foram crescendo estes dois amores em conjunto. Porque o Benfica é isso: é amor.
Um dos teus filhos chama-se Eusébio. Não corres o risco de ele um dia vir a ser portista ou sportinguista e não te perdoar?
-Por que razão ele iria ficar triste por ter o nome, não só do meu querido avô Eusébio (sportinguista por sinal) e também do Rei Eusébio, um dos melhores jogadores do Benfica e de Portugal de todos os tempos? Além disso, tal como estes dois, acredito que o "meu" Eusébio também será um exemplar dedicado e cheio de raça para onde quer que se vire. Só quero que seja feliz. Neste caso, feliz e com um nome bem bonito a acompanhar.
Na época passada, o Benfica não arrasou. Achas que é nesta época que vai arrasar?
-A época passada foi atípica a vários níveis, como sabemos. Agora que voltámos ao Estádio da Luz tenho a certeza que as coisas serão diferentes, aliás, já se estão a notar nos resultados. Tenho a certeza que a época nos vai correr bem.
Deixas de comer quando o Benfica perde (bem, este ano ainda não tiveste que te preocupar com isso...)?
-Não, o Benfica não me tira a fome. Mas costuma dar-me sede, é um facto...
O que é que achas dos comentadores de futebol?
-Que às vezes estão presos ao ruído das questiúnculas que nada têm a ver com o jogo e não comentam futebol, o que é pena. Mas sou a favor da democracia na arte do "comentarismo". Todos os que gostam do jogo pelo jogo, que o entendem e que o amam devem poder comentá-lo. Não temos todos a mesma visão de jogo nem a mesma opinião e ainda bem. Eu gosto de ouvir opiniões diferentes da minha e de refletir sobre isso.
Deixaste as Três da Manhã. Porquê?
a) estavas farta de acordar antes do galo cantar?
b) já não conseguias aturar as gargalhadas da Ana Galvão e o humor negro (ou azul e branco) da Joana Marques?
c) Outra razao que escapa ao entendendimento do Universo...
-Nenhuma das anteriores. Acordar cedo era duro, mas as gargalhadas da Ana e o humor da Joana compensavam qualquer privação de sono. A verdade é que sempre fui fã do drive-time da rádio (os programas de final de tarde) e a Renascença precisava de "espevitar" esse horário. Juntou-se a fome com a vontade de comer, ou seja, de abraçar um novo desafio e cá estou eu, feliz da vida por voltar a dispensar o despertador e por estar a fazer algo de novo.
A rádio porquê? Podias fazer televisão, tens uma cara bonita...
-Não escolhi a rádio por oposição à televisão. São dois meios diferentes com formas distintas de comunicar. Respeito muito o trabalho na televisão, mas não me identifico tanto com essa forma de comunicar. A "cara" nunca foi um critério para a escolha da profissão. Na rádio motiva-me o multitasking: nós, locutores, temos formação para fazer tudo: a parte técnica, o copywriting, damos a voz, preparamos as entrevistas e ainda gerimos redes sociais se for preciso... Acho que esta é a verdadeira "magia" da rádio, este trabalho completo que nos torna profissionais de excelência no que à comunicação diz respeito e isso motiva-me e continuará a motivar-me sempre.
Como é que nasceu a tua vontade de fazer rádio?
-Desde que era pequenina e ouvia rádio para me ligar ao mundo. Como qualquer criança queria pertencer a algo maior e mais cool do que eu e encontrava isso mesmo na rádio e na música que lá ouvia.
Agora estás nas tardes com o Daniel Leitão. Ele é muito difícil de aturar (não deve ser, para aturar a Joana Marques...)?
-Façam essa pergunta ao Daniel porque acho mesmo que sou eu a pessoa difícil de aturar. O Daniel é um amor de pessoa, um profissional super dedicado, que sabe ouvir e está sempre disponível para aprender e melhorar. E eu vou melhorando com ele. O facto de ele ter uma relação privilegiada com a Joana e de eu já ter trabalhado com ela, ajuda a criarmos uma ligação forte com o programa da manhã e a crescermos todos juntos no mesmo sentido, que é o de continuar a fazer da Renascença uma rádio rejuvenescida e credível.
...Vês-te a trabalhar noutra rádio que não a Renascença?
-Vejo-me a trabalhar onde existem desafios para abraçar. Tudo o que implique acompanhar a evolução da Rádio e comunicar o melhor possível com quem está do outro lado, contem comigo. O Grupo Renascença tem sido exímio na arte de continuar a pôr-me à prova nesse sentido.
És uma pessoa feliz?
-Tento ser. E por acaso até resulta na maioria dos dias.