Catarina Miranda: "Lembro-me de ir com o meu avô ao antigo estádio, de mantinha e bolsa"
FORA DE JOGO >> Catarina Miranda é uma voz simpática que acordou muitos portugueses, com alegria e energia, durante vários anos na Comercial. Hoje podemos ouvi-la, com prazer, na Antena Um. Foi um rosto da televisão, é um rosto da televisão, só que hoje no canal do clube que ama desde pequenina, o Sporting. E garante que vai ser leoa para sempre, mesmo que tenha de esperar mais 20 anos por um campeonato..
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Tens uma das vozes mais simpáticas que eu conheço na rádio (e conheço muitas...). Quando é que percebeste que tinhas uma voz tão bonita, tão "de rádio"?
-Eu nunca percebi que tinha de voz "de rádio" ou fui para a rádio pela voz. Sempre senti um fascínio pela "caixinha mágica" e o como era delicioso imaginar quem estaria por trás da voz que ouvia. Segui o curso de Comunicação porque sempre soube que era essa a minha área, e rádio porque cresci a ouvir rádio. Lembro-me da minha avó ouvir o António Sala e a Olga Cardoso, " O Jogo da Mala", o rádio estava sempre ligado, sempre.
Como é que surges na rádio, foi difícil entrar?
-Eu entrei para a rádio através de um casting. Queria informação e estava a tentar a minha sorte quando surge um casting para locutor na Mega FM. Não era o que eu queria, mas pensei "porque não?". Fui e fiquei.
Foi um sonho de menina ou só pensavas em Barbies?
-Só na altura de escolher, possivelmente no décimo ano, é que comecei a ter consciência do que queria. Até então acho que sonhava em ser engenheira, veterinária...
A televisão foi muito importante na tua vida profissional? Muitos de nós lembramo-nos de ti no Top +, por exemplo?
-Foi sim. Cheguei à RTP também através de um casting nacional. Fiquei nos 10 finalistas que foram anunciados como os novos rostos da televisão. Fiz um curso (na RTP) e quando terminei o Daniel Oliveira ligou-me a dizer que queria que eu fizesse parte da equipa do "Só Visto". Depois fiz "Operação Triunfo", "Dança no Gelo" e Top+"
Quando saíste da Rádio Comercial, onde estiveste 10 anos, percebeu-se alguma amargura nas vezes em que falaste do assunto. Saíste de mal com a RC?
-Não. Saí por vontade própria, porque queria e precisava de sair da minha zona de conforto. Fui muito feliz na Comercial, aliás foi naquela estação que aprendi a fazer rádio em direto, os festivais, ... e uma equipa de sonho: Pedro Ribeiro, Nuno Markl, Vanda Miranda, depois o Ricardo Araújo Pereira e claro o Vasco. Liga dos Campeões! Eu já conhecia o Vasco, aliás, saímos da rádio onde estávamos e entramos na Comercial no mesmo dia.
Agora ouvimos a tua voz na Antena Um (e é um prazer ouvi-la). Sentes-te confortável na rádio pública?
-Muito. Uma responsabilidade enorme e mais uma vez oportunidade de crescer. Sempre trabalhei em rádios de música e agora estou numa rádio de palavra em que há mais para além da música. E mais uma vez fui supre bem recebida.
Estás agora, julgo que temporariamente, a fazer as manhãs da Antena Um, ou seja, voltas a ter que te levantar muito cedo como nos tempos da Comercial. Isso não é injusto para um ser humano?
-Eu sou madrugadora, mesmo quando não tenho necessidade de acordar cedo, gosto de o fazer. Bem, se calhar não tão cedo (acordo às 04h30) mas não custa nada. Se perdemos algumas coisas? Sim, tempo de qualidade em família, serões a ver séries ... mas e uma oportunidade única e eu sou uma mulher de desafios, de sair da zona de conforto, de arriscar e aprender. Não há limites.
Estás também a colaborar com a Sporting TV. Ganhas como um futebolista (imagino que não...)?
-Era bom, era mas não. (risos). Sou sócia do Sporting desde pequenina e a minha família é toda sportinguista. Aliás, o meu avô era um dos sócios mais antigos. Lembro-me de ir com ele ao antigo estádio, de mantinha e bolsa por causa da pedra e esperar que os jogadores saíssem para ter uma autógrafo. Fui speaker em Alvalade e neste momento apresento o "Sporting Corporate".
Como adepta do Sporting, confessa. estiveste no Marquês naquela festa tão badalada ou festejaste em casa, no sossego do lar com a família?
-Não estive porque estava com o meu filho Manuel e, para além dele ser benfiquista, não achei seguro para levar uma criança de 9 anos. Fiz a festa em casa.
Uma o provocação: se calhar só vais festejar outro título quando já fores velhinha...
Até pode ser mas serei sempre Sportinguista. Sempre. Um orgulho.
És uma pessoa feliz?
-Muito. Amo a minha família e faço o que gosto.