FORA DE JOGO - Entrevista a Andreia Sofia Matos
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O Canal 11 tem em Andreia Sofia Matos um dos rostos mais bonitos da televisão portuguesa. Adora desporto, é de Viseu, mas nem por isso tem a cabeça a andar à roda. É uma jornalista segura no que faz, e faz bem, passou por outros projetos como A BOLA TV e a TVI, mas foi no Canal 11 que ganhou a aposta que mais a preenche. Vamos conhecê-la um pouco melhor.
Nasceste em Viseu. Não ficas tonta com tantas rotundas sempre que lá vais? E, já agora, vais lá muitas vezes?
-(risos) Ao contrário do que alguns pensam, Viseu tem muito mais que rotundas. Mas sim, de facto tem muitas e até acho que facilitam a vida das pessoas. No entanto, confesso que não estou a par dos últimos números do relatório anual de segurança rodoviária para saber se o número de acidentes diminuiu (risos), mas elas não me impedem de ir lá pelo menos uma vez por mês...
Para além das rotundas, dá-me duas ou três razões para me convencer a mudar-me com os meus tarecos para Viseu...
-Boa comida, boa gente, boa terra. Não foi por acaso que Viseu foi considerada uma das melhores cidades para se viver.
Foi na rádio que a tua vida de jornalista começou. Tens saudades desse tempo?
-Tinha 22 anos. Sinto alguma nostalgia daquela adrenalina dos primeiros passos, onde tudo era novo. Sinto que foi bom começar na rádio.
A rádio é um bom ponto de partida para a televisão?
-Sem dúvida, acho que devia ser obrigatório para qualquer jornalista ter pelo menos uma experiência profissional na rádio.
Estiveste na televisão da concorrência, a Bola TV. Foi um desafio ganho?
-A Bola TV é um projeto especial, o meu primeiro bebé. Orgulho-me muito de ter feito parte da equipa fundadora. Um canal que nasceu do zero, construído no jornal de desporto mais antigo de Portugal, em pleno Bairro Alto. Foi na Travessa da Queimada que tive a certeza de que a informação desportiva era o caminho que queria seguir. Cresci enquanto jornalista e apresentadora, fiz programas que me deram muito gozo ("Footbola", com José Manuel Freitas e Paulo Futre, por exemplo)! E ainda tive oportunidade de ser uma voz verdadeiramente ativa no projeto, desde a linha editorial, programas, tudo foi discutido até altas horas da madrugada durante meses a fio. Muito grata ao João Bonzinho e a toda a equipa d" A Bola TV. Foi um desafio mais do que superado (risos).
A tua passagem pela TVI não foi muito longa. O que aconteceu?
-Para uma "miúda" vinda de uma pequena aldeia de Viseu, a TVI era uma miragem. Era impensável imaginar que chegaria lá, mas o que é facto é que consegui. O Luís Sobral e o Joaquim Sousa Martins desafiaram-me e tive a oportunidade de conhecer um mundo completamente diferente. A passagem não foi muito longa, mas foram centenas de horas em direto em alta intensidade que acho que me deram muita "estaleca". Fui muito bem recebida e tive a sorte de pertencer a uma grande equipa. Tive ainda a enorme responsabilidade de substituir a Cláudia Lopes no seu "Mais Futebol", o que confesso que foi assustador inicialmente. Tinha de substituir uma das minhas referências na informação desportiva. Mas sinto que o desafio foi bem sucedido. Dois anos depois, surgiu o convite da FPF para integrar a equipa de comunicação.
Já te sentiste discriminada por seres uma jornalista voltada para o desporto?
-Pelo contrário, sinto esse reconhecimento.
Concordas que as mulheres jornalistas estão a ganhar força dentro do desporto, a destruir aquela ideia retrógrada de que as mulheres não percebem nada de bola?
-Sinceramente, acho que isso já deixou de ser uma questão. Há cada vez mais mulheres a ter voz nesta área. Dentro e fora de campo.
Hoje és um dos rostos do Canal 11. Antes de mais, diz-me, é difícil ser-se bonita, como tu és?
-(risos) Obrigada pelo elogio!
Nunca te atraiu seguires uma carreira de modelo?
-Não, nunca me passou pela cabeça! Tenho 1m66, acho que ia ser difícil! (risos)
A cor dos teus olhos, azuis, é a cor do teu clube ou, por decência ética, vais dizer-me que não tens um clube preferido?
- Será que os meus olhos são azuis? Há quem diga que são esverdeados... Mas há dias que estão mais avermelhados das alergias que tenho aos ácaros. Portanto, seguindo o raciocínio, de que clube serei? (risos)
O Canal 11 ganhou um espaço muito importante, se calhar poucos pensavam que ia conquistar tão boas audiências. Concordas?
-O Canal 11 nasceu para dar voz e espaço aos verdadeiros protagonistas, principalmente aos que não tinham tempo de antena. Que giro que é ver o clube da nossa terra jogar na televisão e ouvir as histórias de pessoas reais e tão próximas de nós... Que dão tudo por amor à camisola. Acho que o Canal 11 fez muito bem ao futebol nacional.
Estás feliz no Canal 11?
-Voltar a fazer parte do nascimento de um projeto televisivo é algo marcante na minha carreira. É sempre bom estar onde a mudança acontece e sentir aquelas "borboletas na barriga" antes do primeiro direto. O Canal 11 deu-me a oportunidade de voltar a fazer televisão e relembrou-me que é o que realmente me completa.
E na tua vida pessoal és uma pessoa feliz?
-Sim, muito. Mas não tenho por hábito falar da minha vida pessoal.