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Lando Norris, o campeão que erra e chora

Lando Norris EPA

Título sofrido: até este ano na sombra de Hamilton e Verstappen, Norris foi o quarto piloto que mais demorou a ser campeão

A frase ontem escrita por Magui Corceiro nas redes sociais, ao lado de uma imagem sua com o namorado, ambos ensonados de uma noite de festa, é um bom ponto de partida para definir Lando Norris. "My little World Champion", escreveu a atriz portuguesa. O "pequeno" foi, durante alguns anos, motivo de chalaça na Fórmula 1, pois o britânico era considerado dos pilotos mais baixos - 1,70 metros, dizia-se - e o próprio brincava com isso, até mesmo no dia em que um jornalista o encostou a uma parede e lhe mediu 1,77m.

O filho de milionário que desde a infância trocou as mordomias de menino rico pelo cheiro da gasolina nas pistas de karting é assim mesmo, um brincalhão que fala sobre os seus erros e assume dúvidas e debilidades, embora todos lhe gabem um talento que levou a McLaren a apostar nele desde 2017, estava então na Fórmula 3. "Sempre foi muito rápido, mas fico mais feliz por ele como pessoa, porque nunca foi o estereótipo de um campeão mundial", diz Carlos Sainz, seu primeiro colega na F1.

Em comparação com Max Verstappen, um cubo de gelo sem piedade pelos rivais, ou com Lewis Hamilton, publicamente simpático, mas com mentalidade de robô na hora da competição, Lando é um coração grande, uma espécie de Messi que se esquece de apertar os sapatos. "A alegria dele é contagiante, vê-lo assim é maravilhoso", contou Charles Leclerc sobre o amigo que chorou copiosamente em Abu Dhabi e passou mais de duas horas a dar entrevistas depois da conquista e festa do título. Em todas dizendo que o colega Oscar Piastri também irá ser campeão, afirmação que é quase um pecado entre os individualistas pilotos de Fórmula 1.

Carlos Flórido