
norris campeão mãe pai e namorada
Domínio da McLaren pode ter os dias contados, pois a F1 vai ter novos carros, motores e pneus. Celebração de Norris foi de arromba, mas a revalidação do seu primeiro título na Fórmula 1, ou a aposta da McLaren em Oscar Piastri estão em dúvida. Quem sairá mais forte com os novos regulamentos?
A equipa da McLaren teve uma longa noite em Abu Dhabi, festejando num hotel o primeiro título de Lando Norris, mas esta terça-feira estará de novo em pista, para os primeiros testes apontados a 2026. As novidades nos carros serão quase nulas, pois cada escuderia terá um modelo deste ano com um jovem piloto e outro adaptado para os novos pneus da Pirelli, que terão cinco compostos diferentes, sendo esse o verdadeiro motivo da primeira sessão de uma mudança radical. No próximo ano os chassis e motores serão diferentes, alguns, novidade absoluta - como os Ford, que vão equipar as duas equipas da Red Bull, os Audi ou os Honda na Aston Martin -, assim como a Cadillac, que fará regressar Sergio Pérez e Valtteri Bottas para uma grelha com 22 pilotos.
"Cometi erros, por vezes mais do que os outros, mas tive momentos em que pilotei a um nível que, acho, mais ninguém consegue atingir", disse Norris depois do título, sem abordar uma nova época que será uma incógnita. A McLaren conseguiu, durante dois anos, ser superior com o motor Mercedes M16 do que a própria equipa do construtor alemão. Mas agora terá de se adaptar ao novo propulsor, procurando a própria Mercedes regressar aos títulos e sentindo ter George Russell pronto para lá chegar.
As maiores incógnitas, de uma nova era que não terá DRS, estarão, no entanto, em outras boxes. A Aston Martin espera muito do trabalho exclusivo com a Honda, que tirou à Red Bull, e do projetista e agora também diretor Adrian Newey, o "mágico" que conseguiu títulos com Williams, McLaren e na escuderia das bebidas energéticas. Esta terá o regresso dos motores Ford, que durante meses criaram dúvidas em Max Verstappen, até convencerem este a continuar. O neerlandês possui contrato por mais três épocas, mas todo o paddock sabe que em 2027 estará na equipa que lhe der mais garantias de conquistar o título.
Das estreantes serão de esperar surpresas da Audi, que este ano já ajudou a Sauber a ter resultados interessantes - e levou Nico Hulkenberg ao primeiro pódio, após 15 anos de espera! -, e apenas uma aprendizagem da Cadillac, o primeiro dos grandes construtores americanos na F1, pois a Haas é uma fabricante de máquinas industriais.
"Lando estava mais calmo do que nós"
Engenheiro do campeão fez revelações sobre a tática da McLaren e o sossego do piloto até ao final do GP de Abu Dhabi
"Acho que o Lando estava mais à vontade do que nós", confessou Will Joseph, engenheiro de corrida de Norris, sobre a prova que valeu o primeiro título ao britânico de 26 anos. "Analisamos muitas possibilidades, todos os "ses" sobre o que o Max iria fazer. Estudamos muitos cenários e a nossa abordagem provou ser correta", explicou. A ultrapassagem de Oscar Piastri a Norris, para ir no encalço de Max Verstappen, "foi a forma de termos a corrida controlada" - além de dar ao australiano a hipótese de lutar pelo segundo lugar do Mundial, perdido para o piloto da Red Bull - e o único momento de pressão foi a ameaça de Charles Leclerc ao terceiro lugar. "A certo momento dissemos, "OK, chega, vamos acelerar", e ele distanciou-se. Fez um ótimo trabalho", completou.
Verstappen vai ficar sem Marko
Helmut Marko, o "segundo pai" de Max Verstappen, vai deixar a Fórmula 1, noticiou a Sky Sports, embora o seu contrato como conselheiro da Red Bull só expire no final de 2026. O austríaco de 82 anos está na equipa desde a entrada desta na F1, em 2005, e foi sempre um apoio do piloto, que descobriu quando tinha 15 anos e fez dele o mais novo de sempre no "Grande Circo", aos 17. Marko segurou Max em 2024, em manobras que acabaram por levar à saída de Christian Horner. Ao que tudo indica, Oliver Mintzlaff, atual CEO da Red Bull, quer sangue novo na equipa.
Campeão Norris usa o número 1
"É uma tradição. Existe por uma razão. Trabalha-se muito para o conseguir. Por isso vou usá-lo, não por mim, mas por toda a equipa, que quer dizer "somos o número 1". Vão ficar mais felizes do que eu", referiu Lando Norris, justificando a mudança do número 4 para o 1, reservado ao campeão. Max Verstappen vai regressar ao 33, pois tudo indica que a FIA chumbará o seu pedido de mudança para o 3.
"Crucial", assinala Leclerc
Charles Leclerc obteve sete pódios, foi quinto no Mundial e superou sempre o colega Lewis Hamilton, mas não ficou satisfeito com uma sétima época na Ferrari sem o título. "Foi difícil, mas a equipa está motivada para o próximo ano. É uma mudança enorme e a oportunidade de mostrar do que a Ferrari é capaz. É agora ou nunca, um ano crucial", avisou o monegasco.

