
Lando Norris
EPA
Fórmula 1 teve em Abu Dhabi o primeiro teste para 2026, com um americano da F2 a ser o mais rápido pela Aston Martin, já que os titulares tiveram "carros mula". A pista de Yas Marina fechou a época de F1 com uma longa sessão de treinos repleta de novidades, embora pouco significativas. Só a Mercedes mostrou como poderão ser os novos carros.
"Quero esquecer a época, o que conseguimos, que sou um piloto de Fórmula 1", disse ontem Lando Norris em Abu Dhabi, onde foi chamado para um longo teste de Fórmula 1, retificando logo a seguir a declaração saída da ressaca dos festejos do título: "Quer dizer, não quero esquecer o que fizemos, só quero viver uns dias normais e poder ir jogar golfe ou algo do género". O novo campeão mundial, 12.º no primeiro treino apontado a 2026, mas quarto entre os que utilizaram carros alterados, aproveitou para exibir um capacete dourado, mas tão cedo não vai parar: sexta-feira tem a entrega de prémios da F1 no Uzebequistão e sábado a festa de Natal da McLaren em Londres.
Norris era uma das curiosidades do dia, mas não a mais importante num teste com dois grupos estranhos: os "rookies", pilotos que ainda não chegaram à F1, com os modelos de 2025, e os titulares, com carros adaptados ao futuro regulamento - denominados "carros mula", por servirem apenas ao trabalho de desenvolvimento das equipas, mantendo o fundo de 2025 e usando asas como as de 2026 - e equipados com os novos pneus Pirelli. Só a Mercedes, com Kimi Antonelli (George Russell foi dispensado, tal como Max Verstappen na Red Bull), trabalhou verdadeiramente naquele que poderá ser o seu futuro carro, despertando as maiores atenções.
Os novatos foram naturalmente mais rápidos, o que permitiu a Jak Crawford, norte-americano de 20 anos que foi segundo na Fórmula 2, fazer um brilharete para a sua história, ao ser o mais veloz. Das escolas Red Bull, mudou-se em 2024 para a Aston Martin como piloto de testes e foi a sétima vez que se sentou no F1. Ficou a segundo e meio do tempo da pole de Max Verstappen no passado sábado, mas não muito longe das marcas de Lance Stroll nesse dia.
Entre os "carros mula" o mais rápido foi Antonelli, num bom sinal para aerodinâmica ativa da asa dianteira do Mercedes, com o italiano a completar 157 voltas, o equivalente a quase três Grandes Prémios. Mais discretos em pista estiveram as últimas curiosidades da jornada: Isack Hadjar no Red Bull que era de Yuki Tsunoda e o inglês Arvid Lindblad no Racing Bull deixado vago pelo francês. Com a Cadillac ausente, representavam as únicas mudanças de pilotos para a nova época, a iniciar a 8 de março, na Austrália.
Adeus Marko, o caça talentos
Tal como O JOGO adiantara, Helmut Marko vai deixar a Red Bull, na qual foi conselheiro desde a criação da equipa de F1, em 2005. "Estive seis décadas no desporto automóvel e os últimos 20 anos na Red Bul. É o momento de encerrar este longo capítulo", afirmou o austríaco, de 82 anos. Muito próximo de Verstappen, Marko foi o gestor da Red Bull Junior Team, que levou 20 pilotos à F1. António Félix da Costa foi o português mais famoso da academia, Rafaela Ferreira é uma das apostas atuais.

