Recuando até este dia de 2024, tanta coisa era diferente no futebol português. Dos dirigentes à atual incerteza do campeonato. Ou emoção, como na prova de ciclismo que organizamos.
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1 - Desde o último 25 de Abril, quando a Revolução dos Cravos se tornou uma jovem cinquentona, muito mudou no panorama do futebol e do desporto português. Verdadeiras revoluções! Lideranças mudaram – Federação, Liga de clubes, Comité Olímpico, FC Porto -, uma figura carismática e ímpar como Pinto da Costa partiu e até o campeonato entrou nesta onda de renovação: pela primeira vez desde o último alargamento, para 18 clubes, em 2014/15, à entrada para as derradeiras quatro jornadas há um empate no topo da tabela que impossibilita avançar com prognósticos quanto ao campeão. Uns dirão que o calendário prejudica o Benfica, outros que o percurso do Sporting tem sido tão complicado que até obrigou à utilização de um número anormal de jogadores (caso de Frederico Varandas, que até subtraiu um aos 38 usados por Rui Borges, ainda assim abaixo dos 40 de Lage...). Mas as novidades não se cingem à luta pelo título, entrando na equação o terceiro lugar, disputado taco a taco por dragões e bracarenses – quase como a empolgante prova de ciclismo que tem sido o GP O JOGO, em que tudo se alterou em duas etapas.
2 - Ventos de mudança parecem soprar igualmente na arbitragem – nas promessas, pelo menos -, com o presidente da FPF a afirmar pretender triplicar o quadro de juízes e instalar um centro de formação de videoárbitros no Norte. O aumento de efetivos, a acontecer, é uma dupla boa notícia: o recrutamento tem sido um dos dramas do setor; por outro lado, da quantidade só pode emergir qualidade. E a falta dela tem sido outro drama!
Convém, claro, lembrar a máxima que as revoluções devoram sempre os próprios filhos. E no futebol, falhar tende a ser sinónimo de golpe de estado...