Vitória de aparência fácil e Union na mira

1 -  “ O futebol é um negócio”. Este meme é utilizado muitas vezes para transmitir uma realidade que parece irrefutável: que, sendo um desporto, o futebol gera milhões de euros ou dólares ou petrodólares e, por isso, está sujeito aos ditames do capitalismo mais selvagem. E, como sabemos, estes ditames - que também se podem chamar neoliberalismo ou ultraliberalismo - mandam, acima de tudo, que o Estado se afaste da atividade económica, que deixe a “mão livre dos mercados” funcionar sem amarras ou regras.

No futebol-negócio, uma das mercadorias mais apetecível são os jovens jogadores, os “golden boys”, que, numa junção de talento e juventude, valem milhões de dólares. São, por isso, um “investimento” prioritário, e, na ausência de regulação estatal, um maná para especuladores. São recentes as memórias do desmantelamento, pelas autoridades judiciárias, de uma alegada “academia”, com mais de uma centena de “jovens jogadores”, potenciais ativos financeiros, que viviam em condições miseráveis, presos numa promessa de um futuro radiante como titulares num qualquer plantel milionário.