Mário Costa não está acusado, muito menos condenado, mas o encontro agendado por Pedro Proença faz todo o sentido, porque os estilhaços do caso atingem a Liga Portugal.
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Pedro Proença agendou um encontro com os presidentes de todos os órgãos da Liga Portugal para avaliar os danos causados por o líder da Mesa da Assembleia Geral do organismo que tutela o futebol profissional português, Mário Costa, ter sido implicado num processo de tráfico de seres humanos.
Não obstante todos terem direito à defesa, atendendo à relevância do cargo que o dirigente ocupa na estrutura, a decisão de Proença faz todo o sentido.
É evidente que o facto de os setores da arbitragem e da disciplina estarem sob a alçada da Federação Portuguesa de Futebol dá uma boa ajuda, porque neles têm origem quase todas as polémicas, mas também é necessário ter presente que, além da sustentabilidade financeira, se há coisa que Pedro Proença conseguiu foi manter a credibilidade do organismo que comanda. O caso da BSports Academy, investigado pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, não toca diretamente na Liga, só que, em termos de perceção pública, vai quase dar ao mesmo, até porque o negócio da empresa está ligado ao futebol.
Importa dizer que Mário Costa não está acusado de nada, é preciso ter bem a noção disso, sobretudo nestes tempos de "condenação" fácil de inocentes na praça pública. Em nota divulgada anteontem, o dirigente desvenda que "aguarda serenamente pelo desenrolar das investigações", certo de que "nenhum ilícito foi praticado". Mas também é impossível ignorar que a imagem do organismo é afetada. E, nestes casos, enquanto o pau vai e vem não folgam as costas. O fardo será mais pesado a cada passo do processo. Valerá a pena?