JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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Atendendo ao que se passa quase sempre num jogo de futebol quando a frustração é maior do que a razão, seria bom mostrar aos jogadores dos escalões jovens um vídeo sobre a forma como a Seleção de andebol encarou o último lance do Portugal-Brasil, no Mundial.
O futebol português está cheio de bons exemplos em todas as suas componentes, mas tem muito a aprender com as outras modalidades em relação ao respeito pelos árbitros.
A poucos segundos do fim, a equipa nacional passou para a frente no marcador, os brasileiros partiram para o ataque e não conseguiram marcar. As Quinas fizeram a festa, mas a dupla de árbitras dirigiu-se à zona de verificação vídeo.
Eis o anticlímax: um português viu cartão vermelho e, como mandam as regras, por a desqualificação ter sido determinada por um lance nos últimos 30 segundos, procedeu-se à marcação de um livre de sete metros, o equivalente à grande penalidade no futebol. A festa virou samba.
Como é normal nos jogos de andebol, os jogadores portugueses saíram resignados, cumprimentaram adversários e árbitras e foram para os balneários. Frustrados pelo empate, mas irrepreensíveis na reação, como se impõe a um profissional de qualquer atividade. Estão mesmo a ver como acabaria o jogo caso se tratasse de uma partida de futebol, certo?
Nas academias de excelência, e são várias em Portugal, os projetos de craques têm aulas sobre componentes que escapam aos adeptos, com recurso a treinadores, professores e árbitros. Ora, nesta disciplina, talvez valha a pena pensar em incluir um vídeo com a ponta final do jogo de ontem, porque está ali um bom exemplo de como os futebolistas devem procurar lidar com a frustração. Há tempo para dar a opinião, sempre mais sábia após um duche.