A renovação de Marcano é uma boa notícia para o universo portista. Por vezes não parece, mas manter a espinha dorsal da equipa é o primeiro passo para o sucesso na temporada seguinte.
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Marcano tem 36 anos, Otamendi tem 35. O portista, que é sub-capitão, fez 41 jogos e marcou sete golos; o benfiquista, que é capitão, fez 46 e marcou dois. Os centrais tocam-se no ar sisudo em campo e até na língua materna, só divergem quando a renovação do primeiro é encarada com normalidade e a do segundo como um ato de gestão sensacional.
Nenhum deles tem culpa disso. Estamos perante uma renovação importante, como tinha sido a do argentino, fortíssimo na relva e no balneário do Benfica.
Por vezes, pelo que vemos e ouvimos, fica a sensação de que os 300 quilómetros que separam o Porto de Lisboa geram flutuações nas opinião. Se manter Otamendi no plantel foi uma vitória do defesa encarnado, por que razão não será a continuidade de Marcano de azul e branco? Na realidade, se quisermos ser sérios na análise, vai praticamente dar ao mesmo. O central espanhol também é uma voz de comando no Dragão, o defesa com mais golos na história do clube, um pilar fiável, mas não infalível, como qualquer jogador de futebol.
A vantagem de manter a espinha dorsal do plantel não varia em função da latitude. E, mesmo sabendo que precisa de faturar, a SAD portista só admite perder jogadores pela cláusula de rescisão, avançando no sentido da redução de custos e protegendo as principais figuras. Reforços chegarão, também é certo. E, por agora, só mesmo Uribe partiu. Ora, se este plantel, na época passada, conseguiu vencer todas as taças e ficar a dois pontos do título, que perseguiu até à última jornada, a estratégia de manter os melhores parece ser a correta.