A visita à Bélgica para defrontar o Brugge, nos oitavos de final da Liga dos Campeões, consiste numa boa oportunidade para o Benfica se livrar, de uma vez por todas, do trauma de Braga.
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Nesta altura, já não é só o dinheiro que está em causa. Os milhões da Liga dos Campeões são muito relevantes para as contas de todos os clubes, mas o plano desportivo tornou-se também fundamental para o Benfica, depois de nos últimos dois meses ter perdido a oportunidade de lutar pelas duas taças nacionais.
É, pois, com duas vias de acesso ao êxito irremediavelmente bloqueadas que a equipa de Roger Schmidt começa hoje a esgrimir por um lugar nos quartos de final da Liga dos Campeões.
Ninguém com dois dedos de testa colocará a vitória na Liga dos Campeões como objetivo da época encarnada, da mesma forma que poucos conseguiriam compreender um insucesso das águias na eliminatória com o Brugge. O treinador alemão evocou o triunfo da equipa belga no Dragão, em partida da fase de grupos, para sublinhar a qualidade do adversário, mas de então para cá a realidade mudou. Entretanto, o FC Porto devolveu a goleada, na visita à Bélgica, a equipa de Yaremchuk ocupa o quarto posto na liga interna e atravessa um período difícil, tendo somente vencido, desde o início de novembro, dois jogos em 13.
Claro que a pior coisa que pode acontecer ao Benfica é menosprezar o opositor, pelo que as palavras de Schmidt estão dentro do expectável. Mais importante, no entanto, será perceber o enquadramento do jogo, logo a seguir à saída de cena na Taça de Portugal, o que confere ainda maior responsabilidade no sentido da obtenção de um bom resultado. O contrário pode atrair o perigo de a equipa entrar numa espiral negativa de consequências imprevisíveis.