JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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1 - Todos esperamos esta tarde uma resposta à altura, depois da semana turbulenta em que navegou a Seleção Nacional. O tudo ou nada no acesso às meias-finais do Mundial, com Marrocos como adversário, servirá para confirmar se há danos.
Portugal precisa de ser nação valente em campo para superar uma equipa nacional de Marrocos que carrega a bandeira de um continente.
Como todos os sinais visíveis são positivos, do discurso claro de Fernando Santos, a varrer a poeira da polémica, à magnífica exibição diante da Suíça, os ventos parecem soprar de feição como nunca, na perspetiva das Quinas. Até Cristiano Ronaldo descarregou o semblante. É, porém, preciso mais. A equipa marroquina joga a vida do continente africano, colocando o duelo no domínio da pura superação, nunca se irá render, ao contrário dos fleumáticos suíços, que depressa se resignaram, esmagados pela superioridade lusa. Ou seja, é necessário igualar em união, bravura e confirmar a superioridade técnica, o que, convenhamos, não é pouco.
2 - Nas provas a eliminar, a alternativa a ganhar é... ganhar. Nem que seja com todo o sofrimento do mundo, como aconteceu ontem, nas vitórias de Croácia e Argentina, ambas com recurso ao desempate por grandes penalidades. Estas decisões são autênticas maternidades de heróis. Nasceu mais um, o guarda-redes argentino Emiliano Martínez, autor de duas defesas monumentais que deram folga suficiente até para o benfiquista Enzo Fernández desperdiçar uma cobrança.
Os Países Baixos caíram, depois de ressuscitarem de uma desvantagem de 2-0, mas não foram para casa sozinhos: afastada pela Croácia, a seleção brasileira fez as malas, mergulhando um país inteiro em depressão e Neymar em lágrimas. Vamos a eles, também, pela língua de Camões.