A Liga portuguesa tem polémica a mais, casos a mais, neste arranque, parece que tudo o que é mau está a acontecer. Mas, em termos de financiamento, ainda pode servir de exemplo.
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O Mundo está cheio de injustiças. Existirão sempre, por mais que nos dediquemos a combatê-las.
Há um país, e infelizmente não é caso único, onde os ativistas pacíficos e os jornalistas sofrem todos os dias com a repressão. Um bocadinho ao jeito da Bielorrússia, que tanto criticamos, tem patrocinado a guerra do Iémen, que dura há uns oito longos anos e custa a vida a uma criança a cada dez minutos. Também é a nação que condena as mulheres que defendem de forma ativa os seus mais elementares direitos, onde são detidas arbitrariamente. Por lá existem, como se não bastasse tudo isto, execuções sumárias, subsiste a pena de morte, as punições são cruéis e desumanas. Amputações. Quem com elas sofre, em países minimamente decentes, conhece bem a dimensão do dano. Há mais, neste lodo desumano, onde as torturas são rotineiras.
Esta nação da moda do futebol, chamada Arábia Saudita, acolhe agora craques de primeira linha, porque este reino repressivo decidiu apostar na modalidade. Nada contra quem procura uma vida melhor. É legítimo, embora sempre questionável. Nunca saberemos qual seria a nossa opção até sermos confrontados com a possibilidade de dar estabilidade a várias gerações dos nossos mais queridos.
Respeito, por isso, quem vai, admiro muito quem rejeita. O que não gosto é de ver o capitão da Seleção Nacional a classifique a liga portuguesa como "um circo", assim, de rajada, desvalorizando-a na comparação com uma liga saudita sustentada pelo dinheiro saído de cofres de um estado manchado de sangue. Sobre isso, nem uma palavra.