É urgente que árbitros e jogadores contribuam para a diminuição do número de faltas, os primeiros ajuizando melhor e os segundos dispensando as cenas teatrais.
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Vale a pena meditar sobre o número de faltas assinaladas em Portugal. Na comparação com as cinco grandes ligas - Inglaterra, Espanha, Itália, França e Alemanha - são marcadas mais infrações no nosso país.
Sobre o Reino Unido, habituámo-nos a ouvir dizer que a tradição é "deixar jogar", embora acredite que tudo se resume à interpretação fiel daquilo que é o espírito do jogo e à colaboração dos jogadores, mais competitivos e talentosos com a bola nos pés e com menos jeito para a interpretação.
A média de faltas por partida, em Portugal, é de 26,44, superando em sete a da Premier League. O excesso de paragens prejudica o espetáculo, pelo que todos os intervenientes têm obrigação de contribuir para tornar os jogos mais dinâmicos. Não se pode pedir aos jogadores para deixarem de fazer faltas, mas deve exigir-se aos árbitros outra atitude na condução dos jogos.
Por exemplo, aplicando melhor a lei da vantagem e deixando de assinalar aquelas "faltinhas", tantas vezes na sequência de "sopros" que terminam com jogadores a rebolar pela relva. Daria uma boa ajuda, até no sentido de estes perceberem que os estádios são palcos de futebol e não de teatro.
Isto não se consegue de um dia para o outro. Os árbitros têm de ser mais assertivos e competentes, sobretudo. No atual quadro, ainda por cima com o VAR, não há razão, pelo menos visível, para os juízes não dirigirem os encontros com qualidade e tranquilidade. Têm boas condições de trabalho, estão bem preparados e são bem pagos. Só não precisavam de tanta turbulência, normalmente com origem nas declarações dos dirigentes. Mas, se não conseguem superar isto, podem dedicar-se a outra atividade qualquer, porque em Portugal está para durar.