Há temas de interesse comum, onde as sociedades querem chegar por caminhos diferentes, uma bipolaridade com efeitos imprevisíveis
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As eleições na Liga Portugal, agendadas para o próximo dia 11 de abril, prometem abrir uma nova era no organismo liderado por Pedro Proença antes da esperada “transferência” para a cadeira do poder na Federação Portuguesa de Futebol. Há dois candidatos, Reinaldo Teixeira e José Gomes Mendes, que por estes dias tentam garantir apoios que lhes permitam ambicionar a vitória num ato eleitoral que, tudo indica, terá resultados muito equilibrados, não se vislumbrando, de momento, qualquer favorito.
Há, no entanto, um facto a assinalar. Independentemente de quem seja eleito, a Liga Portugal vai estar dividida, após largos anos marcados por consensos que Proença foi alcançando. Há temas sensíveis em cima da mesa e alterações estruturantes para o futebol português nos próximos tempos, com especial destaque para o processo da centralização dos direitos audiovisuais no futebol profissional. Um tema que deve unir todas as sociedades, mas que pode bem ser de divisão, sendo necessário cuidado especial na gestão deste processo crucial para o futuro dos clubes dos dois principais escalões. Os grandes não vão querem perder peso na repartição de parcelas no bolo geral, mas quem não tem tanta voz espera, finalmente, que surja a galinha dos ovos de ouro.