O JOGO DO LEÃO - Uma opinião de Manuel Moura dos Santos
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Foi um Sporting competente e eficaz que defrontou o Marítimo na passada terça-feira em Alvalade. Não me lembro de uma equipa do Marítimo tão frágil como aquela que vi neste jogo. Obviamente, o Sporting não tem culpa nenhuma disto e fez o seu jogo com o sucesso que o resultado acabaria por confirmar. Num jogo que já não decidia nada, as equipas jogaram o jogo pelo jogo, com um ritmo interessante, num estádio vazio devido à intempérie que assolou Lisboa.
Paulinho foi a figura do encontro com os 3 golos marcados. Sendo verdade que um avançado vive de golos, Paulinho encheu a barriga, que espero não tenha ficado repleta para o jogo com o Sporting de Braga, esse sim a doer porque é a eliminar.
A Seleção Nacional foi eliminada sem honra nem glória pela Seleção de Marrocos. Achei sempre que seria um jogo muito difícil, pois iríamos defrontar uma equipa composta maioritariamente por jogadores formados em clubes europeus e que jogam nessas ligas, conhecendo perfeitamente os fundamentos e nuances tácticas do jogo. Infelizmente, não me enganei. Portugal ofereceu a primeira parte a uma equipa de Marrocos sempre bem organizada com aquele jogo característico desta seleção, fazendo circular a bola sem arriscar, como se as estatísticas de posse de bola só por si ganhassem jogos.
A segunda parte foi um "Ai Jesus", a correr atrás do prejuízo e ainda assim sem correr demasiados riscos. A sorte não esteve connosco. Pois não! Esgotámos o saldo de felicidade e golos com a Suíça. Trajectos como o que levou à conquista do Europeu de 2016, só acontecem uma vez. A inteligência futebolística nacional mais uma vez confundiu a excepção com a regra. A excepção foi o jogo com a Suíça e a regra os jogos com as outras selecções, Marrocos incluída. Estes jogadores têm talento para jogar muito mais, mas a abordagem ao jogo tem que ser muito diferente. Sei que não depende deles. Precisam de um treinador com outra abordagem ao jogo, capaz de potenciar o seu enorme talento.
Fernando Santos saiu. O desgaste e desrespeito a que foi sujeito neste Mundial não deixavam antecipar outro desfecho. Não sou um admirador das suas qualidades como treinador, mas sim admirador da sua serenidade, integridade e dignidade no exercício do cargo de Selecionador Nacional. Espero que o próximo selecionador tenha estas qualidades humanas. Fala-se em Mourinho.
Mourinho e Ronaldo ? Pago para ver.
Até para a semana.