Rui Borges e Bruno Lage têm sábado uma final e um troféu para atacar o ceticismo dos adeptos em torno deles. No mínimo, para ganhar crédito e tempo, ao cabo de meias-finais que deixaram bons exemplos.
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1 - “Uma final não se joga, ganha-se”. A expressão que teve em Pinto da Costa o mais célebre utilizador encerra um lado perverso, que é o de ser necessário um vencido para haver vencedor - parece óbvio, mas já diz o ditado “ai dos vencidos”...
Não se trata de contrariar a opinião de Vítor Bruno na antevisão da meia-final do FC Porto com o Sporting, quando disse que os três treinadores (da final four) que não vão ganhar a Taça da Liga não terão o resto da época hipotecada, mas sim de lhe dar a volta: aquele que a levar para casa conseguirá ganhar bastantes créditos na aceitação junto dos adeptos, anulando parte substancial do ceticismo que exista. No caso de Rui Borges, o que possa sobrar do empate em Guimarães; no de Bruno Lage, pelas derrotas e exibições tremidas com Sporting e Braga para a Liga. E se provas faltassem de como ganhar é um medicamento de largo espectro, veja-se a clareza de discurso do treinador do Benfica, com um certo tom de desafio, ontem, por oposição às confusas leituras das duas partidas anteriores.
A recordar que intelectual é alguém que diz coisas simples de forma complicada e artista o que diz as complicadas de forma simples.
2 - A expulsão do bracarense Jónatas Noro, seis minutos após ter entrado, teve tanto de justa - veja-se o Tribunal O JOGO - como de tocante, pela reação emocional do jovem de 19 anos. Mas foi, também, um momento - a par das felicitações de colegas e adversários a Gyokeres, na véspera - em que se viu solidariedade e humanismo entre colegas de profissão, que é maior do que se possa pensar. Enquanto nas bancadas a falange encarnada celebrava o vermelho, Otamendi confortava Noro...