Rodar numa visita de risco com vista para o Jamor seria um perigo se um dos méritos de Conceição não fosse chegar a esta fase da temporada com os jogadores preparados e motivados pelos minutos de competição.
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Sérgio Conceição rodou meia equipa numa partida de risco, a primeira mão das meias-finais da Taça de Portugal, jogada fora de casa, e as segundas escolhas responderam ao desafio com uma exibição afirmativa, batendo um dos conjuntos do momento em Portugal, o Famalicão, sexto classificado da Liga.
Se dúvidas houvesse, tinham ficado esclarecidas: transferindo a questão para o contexto da luta pelo título, os dragões apresentam-se, nesta fase da época, melhor preparados do que o líder Benfica.
A questão da profundidade e valor dos dois planteis tem sido muito debatida ao longo da campanha 2022/23. É difícil chegarmos a uma conclusão, porque as análises contêm sempre uma carga grande de subjetividade, em função dos parâmetros e dos gostos de cada um. Se nos quisermos guiar pelo Transfermarkt, site especializado na cotação de jogadores, vemos que o plantel do Benfica vale 313 milhões de euros e do FC Porto 279. A diferença não é muita. Quando assim acontece, todos os fatores podem desequilibrar.
A gestão dos jogadores é um elemento importante no sucesso e na forma como os futebolistas chegam à fase decisiva da época. Sérgio Conceição, como se tem visto nas últimas semanas, parece ter sido mais competente do que Roger Schmidt. Desde logo porque troca cinco jogadores e apresenta uma equipa competitiva. O onze do FC Porto tem duas ou três novidades semana após semana e o do Benfica, quase imutável, é bem mais fácil de decifrar. O treinador alemão estará a pagar por não ter dado oportunidades. Olha para o banco e percebe que as alternativas não têm ritmo competitivo. A realidade é que consegue, a cinco jogos do fim, ter quatro pontos de vantagem. O tempo dirá se a gestão de Schmidt foi a mais correta.