Os orçamentos contam, mas é possível, com audácia e talento, ultrapassar rivais de ligas poderosas, alimentadas com petrodólares e fortunas das arábias.
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O Union Berlin, ainda sem derrotas na Bundesliga, é a mais recente vítima do Sporting de Braga. Certeza em Portugal, os arsenalistas também mostram qualidade na Europa, sinal de que, apesar de ainda estarmos em setembro, é impossível resistir à tentação de colocar a equipa de Artur Jorge num plano ainda mais próximo de FC Porto, Sporting e Benfica, tradicionais candidatos ao título em Portugal.
São apenas oito jogos, mas com tanta competência e talento em campo, aliados a uma sequência de vitórias pouco vista - sete, após o empate com os leões na ronda inaugural da Liga - que é natural os adeptos sonharem com a possibilidade de a equipa de Artur Jorge se envolver na discussão do título.
O triunfo sobre o líder do campeonato alemão surge no fim de um microciclo de competições europeias positivo para o futebol português. A inesperada derrota do FC Porto foi bem compensada por três vitórias importantes de Sporting, Benfica e Braga, frente a equipas de topo, como são Tottenham, Juventus e o comandante da Bundesliga. Mostraram capacidade para, com audácia e bons jogadores, lutar de igual para igual com adversários de ligas poderosas. E isso pode ser interessante, porque já ninguém suporta o tradicional choradinho de entrar em campo vergado aos milhões, mesmo sendo verdade que os investimentos contam.
Se há lição a reter no balanço é que nem sempre o dinheiro é decisivo para o sucesso no futebol. O que faz todo o sentido, porque o jogo nasceu e cresceu em vielas e bairros, não é por ser agora alimentado com petrodólares e fortunas das arábias que vai renegar as raízes.