Os três dias que passaram desde o despedimento de Roger Schmidt sem que seja conhecido o nome do sucessor mostram que o presidente do Benfica acreditava mesmo no alemão. Era o único.
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Passaram três dias desde que Rui Costa anunciou o despedimento de Roger Schmidt com a promessa de que o nome do sucessor seria conhecido em breve. Três dias é um período de tempo relativo. Três dias de férias passam a correr, três dias de trabalho podem durar uma eternidade.
Ainda assim, três dias sem treinador, num clube com a dimensão e os objetivos do Benfica, é o suficiente para concluir que Rui Costa acreditava mesmo que Roger Schmidt era o treinador certo para levar os encarnados de volta ao caminho do sucesso e que o empate em Moreira de Cónegos foi decisivo para a saída do alemão. Se pensasse de outra forma, certamente já teria a questão do sucessor, pelo menos, alinhavada. Para dar um exemplo recente, António Salvador despediu Daniel Sousa num dia e no seguinte Carlos Carvalhal foi apresentado como treinador e orientou os trabalhos do Braga.
É verdade que na altura não havia uma pausa para os compromissos internacionais e os minhotos estavam em plena fase de decisões na Liga Europa. Mas considerando o nível exibicional dos encarnados nos primeiros jogos da temporada, a perda de cinco pontos para o líder, a saída de uma mão-cheia de jogadores e a entrada de outros tantos, não é fácil considerar o caso do Benfica menos urgente do que foi o do Braga.
Três dias também é o suficiente para concluir que, se Bruno Lage lidera as apostas para a sucessão de Schmidt, não tem uma vantagem suficiente para as restantes alternativas que lhe garanta o lugar ou já estaria lá sentado. De qualquer forma, faz sentido que Rui Costa não se apresse na escolha, até porque o importante é acertar. Depois do voto de confiança em Schmidt, a margem de tolerância dos adeptos é muito curta.