Consta que a vida são dois dias e o Carnaval três e foi em três dias que Rui Borges conseguiu tirar o Sporting do fosso para recuperar a liderança no dérbi. Um caso nítido de “boas entradas” em 2025
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1 Rui Borges conseguiu mudar o Sporting em três dias. Mais do que as mudanças táticas, e mesmo sem as desvalorizar, o novo treinador dos leões conseguiu convencer jogadores que estavam à beira de um ataque de nervos que os primeiros meses da temporada não foram um acidente. Uma primeira parte dominadora, que manteve o Benfica encostado à baliza de Trubin, uma segunda de contenção, em que mesmo assim beneficiou das melhores oportunidades, mostraram um Sporting, senão recuperado, em recuperação anímica. Rui Borges já merecia um voto de confiança por ter aceitado entrar em Alvalade na véspera de um dérbi. A vitória de ontem há de valer-lhe mais do que isso, desde logo junto dos jogadores.
2 No espaço de menos de 24 horas, Vítor Bruno deixou Fábio Vieira - cedido pelo Arsenal e titular nos cinco jogos anteriores - de fora do dérbi com o Boavista porque o médio quebrou as regras do grupo de trabalho; e pediu um aplauso especial aos 32 mil adeptos que se juntaram nas bancadas do Dragão durante o treino aberto para o jogador mais improvável do plantel, Deniz Gul. Qualquer verdadeiro líder sabe que, numa equipa forte e coesa, ninguém é intocável, tal como ninguém é insignificante. E isso não significa que os jogadores sejam todos iguais, apenas que não há nenhum que seja mais ou outro que seja menos igual do que os outros. Em menos de 24 horas, percebeu-se que o crescimento do FC Porto ao longo das últimas semanas não foi obra do acaso: foi obra de um líder.