Nem anjo nem santo, Cristiano Ronaldo e as claques que o apoiam ou apupam têm de ter alguma paciência. A primeira, porque ninguém é imune à crítica; a segunda, porque vale a pena esperar para saber se é verdade.
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No pós-Mundial, os portugueses dividem-se em dois grandes grupos: os defensores de Cristiano Ronaldo e os detratores de Cristiano Ronaldo. No meio de toda esta gente existem, como em quase tudo quando a opinião está causa, os radicais, por estes dias muito ativos.
Fruto da conjuntura, nunca nas incursões pelas redes sociais me apareceram tantas páginas e "pessoas" a canonizar o jogador. O contrário também acontece, embora com menor frequência. Não adianta sonhar com um outro nível na discussão. As redes sociais democratizaram a opinião, o que é fantástico, mas também a estupidificaram.
Uma notícia avançada pela imprensa espanhola garante que o jogador poderá ser um dos rostos de promoção da candidatura da Arábia Saudita à organização do Campeonato do Mundo de 2030, concorrente com o sonhado Mundial ibérico, patrocinado por Portugal e Espanha. Ainda que não haja confirmação por parte do madeirense, os insultos e as acusações de antipatriotismo saíram em rajada, provenientes da claque dos detratores.
É preciso ter calma. As figuras públicas merecem tanto respeito como qualquer anónimo, embora isso não lhes garanta viver numa alcofa onde a crítica é impedida de entrar. Cristiano Ronaldo pode ser criticado e ninguém tem o direito de insultar quem critica com decência e urbanidade. Não tem acontecido assim. Apontar um defeito ao desempregado mais famoso do Mundo é quase sempre encarado como um crime de lesa-pátria. É necessário ter presente que Cristiano Ronaldo é uma pessoa, um grande jogador e colecionador de recordes no futebol, que acerta e também erra, por muito que isso custe aos milhares que o consideram uma espécie de divindade.