Mais em jogo para o FC Porto, nem tanto para o Benfica. Pelo menos, no plano desportivo, uma vez que nenhum objetivo das águias ficará hipotecado, mesmo em caso de derrota.
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Este é o enquadramento do clássico de depois de amanhã, que coloca os dragões num quadro de pressão máxima, não só para se manterem na discussão do campeonato, ainda que a uma distância considerável, como para conservarem a pequena almofada pontual na defesa do segundo lugar.
Roger Schmidt jogará, portanto, com dois resultados, a vitória e o empate, ficando em ambas as situações com uma mão e meia no título, enquanto a Sérgio Conceição só a vitória interessa. A conviver com uma série de problemas físicos que afetam unidades importantes do plantel - Pepe e João Mário, por exemplo -, o treinador portista tem mais dores de cabeça na preparação da visita ao rival.
Os clássicos, porém, têm características únicas. As equipas transformam-se, fazem das fraquezas forças, não há vencedores antecipados. O que nos atira para outro fator importante, com duas dimensões: a superioridade de Conceição nos jogos contra os rivais diretos na luta pelo título e a tradição portista de fazer bons resultados nas visitas à Luz, sublinhada com o atual técnico no banco.
Para se perceber do que estamos a falar, na era Conceição, os campeões nacionais visitaram cinco vezes o anfiteatro encarnado e só saíram derrotados num jogo. O grande trunfo dos dragões poderá residir na preparação exímia e condução do jogo para este nível transcendental que permitiu os êxitos recentes. Nesta perspetiva, a partida será, também, uma espécie de batalha paralela entre a afirmação de Schmidt e a confirmação de Conceição, sendo que, neste particular, o segundo já deu provas e títulos. De Schmidt conhecemos, para já, o bom futebol, a terraplanagem do Benfica na liga interna e o grande desempenho na Champions.