JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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De um dia para o outro, com o campeonato parado, o Sporting ficou mais perto de conquistar troféus.
Quem aposta na estabilidade costuma ter sucesso. Com a decisão de prolongar o contrato a Rúben Amorim, Varandas mostra que sabe o que é preciso para estar mais perto de ganhar.
As vitórias no futebol dependem de múltiplos fatores. Da bola de que bate na trave ao falhanço incrível do avançado em cima da linha de baliza. Os sportinguistas sabem-no melhor do que ninguém. Em 2016, Bryan Ruiz desperdiçou um golo cantado e o Sporting perdeu um campeonato para o Benfica. Nem com idas à bruxa se consegue controlar a sorte, não obstante as tentativas, mas há um fator imprescindível para o sucesso que só depende dos dirigentes: a estabilidade.
Rúben Amorim renovou ontem com Sporting, provavelmente no pior do momento desde a chegada ao clube. Não se vê muito disto no futebol português. O próprio treinador admite que podia ter tentado um projeto diferente, saindo pela porta grande. Não o fez e Frederico Varandas aproveitou. Amorim será, em princípio, o seu treinador até ao final do mandato.
É por isso que o Sporting ficou de uma hora para a outra mais perto do êxito, porque garante estabilidade, dando tempo a uma ideia que, concorde-se ou não, é conhecida. Todos sabem como pensa Amorim, não é necessário imaginar entrevistas ao arrepio de todos os manuais do jornalismo para conhecermos o seu pensamento. Ao Sporting pode faltar muita coisa, mas todos reconhecemos a coerência de uma ideia de jogo na equipa de Amorim.
Os despedimentos em série estão longe de se traduzir em bons resultados, sublinhando que o problema não está nos técnicos, mas nos dirigentes que os contratam. Depois do risco de recrutar Amorim - atendendo ao percurso anterior e ao dinheiro envolvido -, Varandas volta a ficar apenas protegido pela competência do treinador, numa decisão coerente e corajosa.