JOGO FINAL - Uma opinião de Vítor Santos
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A decisão de poder manter os árbitros em atividade até aos 50 anos aceita-se e saúda-se como uma determinação importante emanada do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol, desde que não sirva para perpetuar nos quadros dos campeonatos profissionais juízes com amplas provas de falta de jeito para a tarefa.
Os árbitros vão poder prolongar a carreira até aos 50 anos. A medida faz sentido, como faria conhecermos as comunicações entre juízes de campo e VAR, para tornar tudo mais claro e eliminar focos de polémica.
Impedidos pelos regulamentos de dirigirem jogos depois dos 48 anos, os árbitros, desde que tenham condições físicas e técnicas, poderão continuar a arbitrar por mais dois. Atendendo à qualidade das arbitragens, ou à falta dela, dos nossos juízes, mesmo descontando os excessos das críticas, a medida pode ser positiva, uma vez que permitirá prolongar a atividade dos melhores, o que será uma boa ajuda: ao alargar a margem temporal dos ativos mais capacitados, ganha-se tempo importante para amadurecimento os novos valores. A transição será, provavelmente, menos turbulenta do que aconteceu num passado não muito distante marcado por "internacionais-proveta".
Mas é preciso fazer mais pelo setor. Hoje, em Inglaterra, a discussão gira em torno da divulgação das comunicações entre os juízes de campo e o VAR. Que vai avançar. No contexto como o do futebol português, tudo é um problema, mas não é menos verdade que a generalidade das pessoas tem capacidade para discernir entre comunicação e ruído, pelo que conhecer as conversas ajudaria a humanizar a perceção desses momentos críticos e contribuiria para se perceber melhor como são tomadas as decisões, eliminando focos de polémica.